Líder de facção e comparsa vão a júri por homicídio em Parobé

Líder de facção e comparsa vão a júri por homicídio em Parobé

Marizan de Freitas e outro réu vão responder por assassinato ocorrido em junho de 2018

Marcel Horowitz

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Marizan de Freitas, apontado como líder de uma organização criminosa, e um comparsa serão julgados pelo Tribunal do Júri na quarta-feira, em Parobé, no Vale do Paranhana. Os dois respondem por um homicídio duplamente qualificado ocorrido na cidade em julho de 2018. Segundo o Ministério Público do RS, o crime foi motivado por um desacerto envolvendo o tráfico de drogas.

Marizan, de 36 anos, seria um dos principais chefes de uma facção com base no Vale do Sinos. Ele foi preso em julho, em São Paulo, após ganhar prisão domiciliar humanitária e fugir. No início de agosto, ele ganhou o benefício novamente, mas, a pedido do MPRS, a decisão judicial foi revogada.

Os réus serão julgados pela morte de Cristian André Boita, de 24 anos. Conforme a denúncia, a vítima foi assassinada minutos depois de ter pedido autorização a Marizan para instalar um ponto de tráfico em Parobé.

O promotor Leonardo Giardin afirma que Marizan, que estava preso, teria dado a ordem do homicídio. “O líder da facção é mais do que mandante, ele é o mentor intelectual. A vítima foi atraída para ir até um local para suposta entrega de drogas”, destacou.

A acusação sustenta que a vítima teria se comprometido a traficar até quitar uma dívida com o líder da facção. O outro réu, comparsa de Marizan, teria combinado de entregar drogas para a instalação do ponto de tráfico. No entanto, ao se encontrar com Boita, na rua Adão Pires Cerveira, no bairro Vila Nova, atirou várias vezes contra ele a mando do apenado.

Os dois respondem pelo homicídio qualificado pelas seguintes qualificadoras: motivo torpe e de dissimulação, ou seja, ocultar a intenção criminosa. Serão ouvidas cinco testemunhas, além do interrogatório dos dois réus.

Marizan já cumpriu pelo menos 11 de 38 anos que já tem de condenação por outros homicídios, além de lavagem de dinheiro e tráfico. Entre 2015 e 2020, foi transferido duas vezes para penitenciárias federais. Atualmente cumpre pena na Penitenciária de Segurança Máxima de Charqueadas (Pasc).


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