Líder de facção que organizou festa de R$ 7,6 mil é transferido para Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas

Líder de facção que organizou festa de R$ 7,6 mil é transferido para Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas

Traficante coordenou evento em Porto Alegre dentro de penitenciária modulada

Marcel Horowitz

Traficante conhecido como Pepé foi transferido para a Pasc pela segunda vez

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O traficante conhecido como Pepé foi enviado para cumprir pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). A transferência ocorre após o Correio do Povo revelar que ele tinha televisão a cabo, acessava grupos de WhatsApp e chegou a organizar uma festa, no valor de R$ 7,6 mil, na zona Sul de Porto Alegre. Isso acontecia dentro de outro presídio.

Pepé estava preso na Penitenciária Estadual Modulado de Charqueadas desde 2021. Ele foi enviado ao estabelecimento após ser capturado em um resort de luxo na Praia do Forte, na Bahia. Na ocasião, ele estava de férias junto a duas filhas e o genro.

É a segunda vez que o criminoso é transferido para a Pasc. A transferência anterior de Pepé ocorreu em setembro de 2022, após uma investigação apontar o envolvimento dele em disputas do tráfico. No entanto, ele recebeu autorização judicial para retornar à prisão modulada cerca de um mês depois.

O novo apenado da Pasc está em isolamento social provisório. Trata-se de um procedimento padrão, onde os recém-chegados passam por triagem e atendimento médico. O período tem duração de cinco dias.

Terminada a fase de adaptação, Pepé deverá ser enviado para a galeria B. Os setores 1 e 2 do espaço são destinados aos presos que integram uma facção com base no Vale do Sinos, da qual ele seria um dos líderes.

Celular e TV na cela

Entre os fatos que acarretaram na mudança de penitenciária, está uma imagem que mostra Pepé assistindo a um reality show dentro da cela. “Estou com aplicativo, vários canais”, comemora o detento no WhatsApp. Ele pagava R$ 25 por mês pelo serviço.

A Polícia Civil aponta que Pepé também determinava que usuários fossem filmados para falar o que estavam achando das drogas. Em outras palavras, o traficante pretendia verificar o nível de qualidade dos entorpecentes que vendia.

Ainda segundo a corporação, subordinados dele que assumiam os pontos de tráfico tinham que enviar vídeos para demonstrar que estavam em atividade. “Como está a loja?”, questiona Pepé em uma mensagem. Na sequência, são enviadas imagens da venda de drogas ao celular do detento.

Também era através do aparelho que Pepé controlava o tráfico em um condomínio no bairro Nonoai, na zona Sul da Capital. Foi assim que ele organizou uma festa de final de ano para os moradores do conjunto habitacional.

A lista de itens do evento incluía churrasco, sorvete, churros, brinquedos infantis, entre outros. Os custos chegaram a R$ 7,670 mil.


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