Líder do tráfico organizou festa de R$ 7,6 mil na zona Sul de Porto Alegre dentro de presídio

Líder do tráfico organizou festa de R$ 7,6 mil na zona Sul de Porto Alegre dentro de presídio

Detento lidera facção alvo da Operação Manhattan

Marcel Horowitz

Apenado usufruía de televisão via assinatura e celulares em Charqueadas

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Dois anos após ser preso em um resort de luxo na Bahia, o traficante conhecido como Pepé não abriu mão do conforto. O detento adquiriu televisão a cabo, criou grupos de WhatsApp e chegou a organizar festas no valor de R$ 7,6 mil. Segundo a Polícia Civil, isso ocorria dentro da Penitenciária Modulada de Charqueadas.

Pepé é um dos líderes da facção alvo da Operação Manhattan. Outra liderança seria um criminoso chamado Garotinho, que cumpre pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

Os investigados teriam vínculos com uma facção com base no Vale do Sinos, mas que também criou ramificações na zona Sul de Porto Alegre.

Festa de R$ 7,6 mil

O convite para uma festa de final de ano organizada por Pepé anunciava ‘barraquinhas, brinquedos infláveis e doação de cestas básicas’. O evento teve também churrasco, hambúrguer, sorvete, churros, crepe, entre outros.

“Avisem os moradores e mandem fazer cartazes”, ordena Pepé via WhatsApp. Os custos chegaram a R$ 7,670 mil.

A celebração ocorreu no dia 31 de dezembro do ano passado, em um condomínio no bairro Nonoai. Conforme a investigação, Pepé dominava o conjunto habitacional na zona Sul.

“Há moradores que foram expulsos e os imóveis passaram a servir como depósitos de drogas. Em contrapartida, para tentar passar uma falsa sensação de bondade, essa liderança distribuía donativos”, afirmou o delegado Gabriel Borges, titular da 3ª Delegacia de Investigações do Narcotráfico.

Pepé também determinava que usuários fossem filmados para falar o que estavam achando das drogas. Em outras palavras, o traficante pretendia verificar o nível de qualidade dos entorpecentes que vendia.

Além disso, subordinados dele que assumiam os pontos de tráfico tinham que enviar vídeos para demonstrar que estavam em atividade. “Como está a loja?”, questiona Pepé em uma mensagem. Em seguida ele recebe imagens mostrando a venda de drogas.

TV a cabo

Uma foto tirada de dentro da cela mostra Pepé assistindo a um reality show. “Estou com aplicativo, vários canais”, comemora o detento no WhatsApp.

"Agora só vai querer assistir jogos de futebol”, responde um comparsa em liberdade.

O apenado pagava R$ 25 por mês pelo serviço.


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