Leite agradece apoio de Moro e cita diálogo entre instituições para sucesso de operação

Leite agradece apoio de Moro e cita diálogo entre instituições para sucesso de operação

Secretaria da Segurança Pública transferiu nesta terça 18 líderes de facções gaúchas para presídios federais

Paulo Tavares

Governador Eduardo Leite ainda recordou a criação do programa RS Seguro

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Após a transferência de 18 líderes de facções gaúchas para presídios federais, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, comentou que a remoção dos criminosos foi feita com sucesso e agradeceu o apoio do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro. Leite ainda citou que o diálogo entre diversas instituições do Estado foi decisivo para o êxito da ofensiva. "Esta megaoperação demonstra que o Rio Grande do Sul não tolera o crime e faz valer o império da lei, como diz o nome da operação", resumiu.  

O governador ainda recordou a criação do programa RS Seguro e a formação de um grupo de autoridades para identificar quem deveria ser encaminhado a penitenciárias federais. "No ano passado, criamos o RS Seguro e, desde então, o governo formou um comitê executivo para detectar os detentos com o perfil necessário para que fossem transferidos. O RS, neste momento, é exemplo para o Brasil, tendo somado esforços de todos", disse. "O RS não tolera práticas criminosas e por isso atuamos com força para que esta operação acontecesse", completou. 

O vice-governador e secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior, afirmou que tudo ocorreu como planejado. "O deadline era as 12h para o transporte dos presos por meio aéreo e já foi feito. Este modal aéreo foi o mais seguro e por isso optamos por ele, até também pela rapidez", esclareceu. “Imagina se fizéssemos um comboio com 60, 70 veículos, isso seria temerário, além de colocar a sociedade em risco e o impacto no trânsito que, com certeza, ficaria congestionado”, argumentou. Vieira Júnior explicou ainda que o Estado identificou 33 pessoas com o perfil para a transferência. No entanto, houve deferimento apenas para 18. 

Conforme Vieira Júnior, os homens que foram retirados exerciam grande poder nas facções em que atuavam. Alguns deles chegaram a ameaçar uma servidora da segurança. “O nosso planejamento levou em conta a segurança dos presos e da sociedade”, sublinhou o vice-governador. 

Ações ostensivas

Nos próximos dias, ações ostensivas deverão ser realizadas justamente para combater o vácuo de poder que existe na ausência de liderança do crime organizado. "É normal que outras lideranças ascendam ao poder, mas estamos monitorando estes prováveis líderes", garantiu Ranolfo Vieira Júnior. 

O procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Fabiano Dallazen, afirmou que irá analisar o caso de cada um dos 15 criminosos que ainda não tiveram a sua transferência autorizada. 

 

 

Um dos presos transferidos nesta terça tem tempo de pena acumulado de 137 anos e 11 meses por conta de 12 condenações. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, mesmo já tendo cumprido dez anos e dez meses de reclusão, a previsão é de que o esgotamento das sentenças só ocorra em 2147. O criminoso mais novo tem 24 anos e o término do cumprimento das sentenças está previsto para março de 2052. A remoção também contou com as presenças dos dois homens suspeitos de participarem da mortes dos policiais militares Rodrigo da Silva Seixas e Marcelo de Fraga Feijó, ocorridas em 27 de julho de 2019. 


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