Médico que trabalhava em UPA de São Leopoldo é preso por suspeita de abuso sexual

Médico que trabalhava em UPA de São Leopoldo é preso por suspeita de abuso sexual

Delegado detalhou que o homem também teria sido denunciado outras quatro vezes pelo mesmo tipo de crime

Franceli Stefani e Stephany Sander

Médico que trabalhava em UPA de São Leopoldo é preso por suspeita de abuso sexual

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* Com informações da repórter Stephany Sander

Um médico de 34 anos, que trabalhava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Scharlau em São Leopoldo, no Vale do Sinos, teve a prisão preventiva decretada pelo judiciário na tarde desta quinta-feira. Ele havia sido detido em flagrante no início da noite da última quarta-feira pela Brigada Militar, por violência sexual mediante fraude. A ocorrência foi registrada na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), onde foi autuado. A apuração fica a cargo da 2ª Delegacia de Polícia da cidade, sob responsabilidade do delegado Rodrigo Zucco.

De acordo com ele, o médico é suspeito de abusar sexualmente de uma paciente grávida de 15 semanas, que chegou ao consultório por estar com fortes dores no estômago. "Ela relatou que poderia estar com infecção urinária, momento em que o profissional mandou ela fechar a porta do consultório e tirar a roupa, porém ele não a examinou e sim tocou as partes íntimas com as mãos", detalhou. Ao sair da sala, chamou as enfermeiras e relatou o ocorrido. A Brigada Militar foi acionada e conduziu o homem até a DPPA.

"A autuação foi porque ele simulou que a atenderia, mas praticou esses atos. A profissional diretora da UPA relatou que o procedimento no caso de pacientes com os sintomas da vítima, são exames de urina e sangue. Não é padrão tocar órgãos internos das vítimas", afirmou.

Zucco detalhou que o suspeito também teria sido denunciado outras quatro vezes pelo mesmo tipo de crime na cidade de Caxias do Sul, na Serra. Durante o depoimento prestado, ele negou todas as denúncias feitas. O delegado disse que as mulheres têm idades de 40, 27, 24, 37 e 18 anos. Duas de São Leopoldo, as 18 e 24 anos, as demais são da Serra.

"Ele responde a dois processos e um inquérito policial em Caxias do Sul. Em dois dos casos as vítimas estavam grávidas. Ele agia da mesma maneira com todas elas", disse.

Pós-graduado em medicina da família, formado na Venezuela, o profissional natural de Caxias do Sul validou seu diploma para atuar no Brasil. No Rio Grande do Sul, teria passado por cidades como Triunfo, Salvador do Sul, São José do Norte e Tapes. A expectativa da autoridade policial é a de que outros outros casos surjam após a repercussão do fato ocorrido em São Leopoldo.

A prefeitura do município foi procurada, mas até o fechamento dessa reportagem não havia se manifestado. Já o Instituto Brasileiro de Saúde, Ensino, Pesquisa e Extensão para o Desenvolvimento Humano Gestão (Ibsaúde), empresa terceirizada responsável pela administração da UPA, afirmou que a contratação de médicos segue o trâmite regular, com consulta ao Conselho Regional de Medicina (CRM), cabendo ressaltar que não é comum a solicitação de antecedentes criminais. Ainda, de acordo com o instituto, o profissional  não é contratado regular da unidade, trabalhando apenas como substituto no plantão, já tendo sido afastado de suas funções após o registro policial que ocorreu no seu primeiro dia de trabalho. A Ibsaúde destaca que está à disposição das autoridades para colaborar com o que for necessário até conclusão do inquérito.     

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