Mais de 250 detentos esperam vagas no sistema prisional do RS

Mais de 250 detentos esperam vagas no sistema prisional do RS

Deputados de oposição visitaram delegacias em Alvorada e Gravataí, que continuamente estão superlotadas

Jessica Hübler

Mais de 250 detentos esperam vagas no sistema prisional do RS

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O caos na Segurança Pública e a frequente superlotação de delegacias com detentos, motivou os deputados Stela Farias (PT) e Jeferson Fernandes (PT) a realizarem inspeções em DPPAs que, atualmente, mais parecem carceragens provisórias. Na tarde desta sexta, os dois visitaram a DPPA de Alvorada e a deputada Stela também visitou a DPPA de Gravataí. No dia escolhido pelos parlamentares para dar início à ação de fiscalização, mais um dado alarmante: pelo menos 253 presos estavam em celas de delegacias, viaturas e também celas do Instituto Penal Pio Buck, aguardando vagas no sistema prisional gaúcho.

Em Alvorada, 12 presos estavam sendo custodiados por policiais civis e militares. Dois deles na cela e 10 distribuídos em pelo menos quatro viaturas da Brigada Militar. Por conta disso, pelo menos 10 policiais militares precisam deixar o policiamento ostensivo e custodiar os apenados. Em Gravataí o número é maior. Pelo menos 26 presos estavam nas dependências da DPPA até o final da tarde de ontem. Quatro distribuídos em duas celas e, o restante, em quatro viaturas da Brigada Militar e uma da Guarda Municipal de Gravataí. Um dos presos, que está em uma viatura há pelo menos uma semana, afirmou que “nunca quis tanto uma cela, quero ir para a cadeia”.

Conforme a policial civil e vice-presidente da Ugeirm Sindicato, Neiva Carla, que também acompanhou as visitas, a situação vem sendo denunciada pela entidade desde 2015. “Nossos colegas não estão conseguindo trabalhar, muitos estão adoecendo. A Polícia devia estar nas ruas, mas está cuidando dos detentos”, ressaltou. Segundo ela, a situação em Alvorada é muito preocupante. “A DPPA fica ao lado de uma escola de ensino fundamental. Aquilo lá é uma bomba relógio”, alertou.

Segundo Neiva, o sistema prisional gaúcho “nunca foi maravilhoso”, mas a Ugeirm Sindicato percebeu que, nos últimos três anos, só tem piorado. A deputaa Stela Farias afirmou que levará o tema para o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (AL-RS), Edegar Pretto. “O que o governo vai fazer, eu não sei, mas eles precisam nos ouvir. A situação chegou no grau máximo de desumanidade, todos estão em risco”, destacou. De acordo com Stela, a questão também será levada à Organização dos Estados Americanos (OEA). “Alguma coisa tem que ser feita, chegamos o fundo do poço”, enfatizou a parlamentar.

Conforme o delegado regional Volnei Fagundes Marcelo, se não houvesse a superlotação das delegacias, os policiais civis estariam realizando operações e não custodiando presos. “Ficamos envolvidos com isto, mas não é a nossa função”, disse.

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