Polícia

Megaoperação no Rio deixa mais de 60 mortos

Ação também prendeu 81 pessoas

Operação no Rio deixa ao menos 60 mortos
Operação no Rio deixa ao menos 60 mortos Foto : Mauro Pimentel / AFP / CP

A megaoperação da polícia no Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (28), deixou 64 mortos, entre eles estão quatro policiais — dois civis e dois do Bope. A ação também prendeu 81 pessoas e apreendeu 75 fuzis e 9 motos. As informações são do site R7.

O agente Marcos Vinícius, da 53ª DP (Mesquita), conhecido como Máskara, e o agente Rodrigo, da 39ª DP (Pavuna), foram atingidos por disparos de arma de fogo e não resistiram aos ferimentos. Além deles, outros nove agentes de segurança e três inocentes foram baleados.

Governador do Rio justifica ação

Em coletiva no início desta tarde, o governador Cláudio Castro (PL) afirmou as autoridades estavam prontas para uma resposta armada das facções. "Estamos em estado de atenção e alerta para possíveis retaliações. Então, a polícia está toda na rua e todos os batalhões estão em prontidão. Já temos relatos deles tentarem fechar a Avenida Brasil, tentarem fechar outras vias para desviar", afirmou.

Castro explicou que a operação Contenção é uma espécie de resposta. “Na verdade, essa operação tem pouco a ver com a Segurança Pública. É uma operação de defesa. É uma guerra que está passando dos limites. Talvez até deveríamos ter ajuda das Forças Armadas, das Forças Federais, mas não solicitamos para esta ofensiva porque já tivemos três negativas”, disse.

Conforme o governador, o estado do Rio mobilizou um aparato grande de policiais civis para a operação. “É uma operação que também tem muita tecnologia embarcada. Fizemos de tudo para evitar as áreas urbanas, conforme a estratégia elaborada pela Polícia Civil”, argumentou.

1 ano de investigação

A ação, que também conta com o apoio de promotores do Ministério Público Estadual, foi deflagrada a partir de mais de um ano de investigação e mandados de busca e apreensão e de prisão obtidos pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

"A Operação Contenção visa capturar lideranças criminosas do Rio e de outros Estados e combater a expansão territorial do Comando Vermelho. Os dois complexos abrigam 26 comunidades", disse a Polícia Civil do Rio.

Policiais militares do Comando de Operações Especiais e das unidades operacionais da PM da capital e região metropolitana participam das ações.

Já a Polícia Civil mobilizou agentes de todas as delegacias especializadas, distritais, da CORE, do Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e da Subsecretaria de Inteligência.

A Operação Contenção é reforçada com tecnologia avançada, incluindo drones, dois helicópteros, 32 blindados terrestres, 12 veículos de demolição do Núcleo de Apoio às Operações Especiais da PM e ambulâncias para resgate.

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Líder do CV é preso

A Polícia Civil prendeu Edgar Alves de Andrade, o "Doca ou Urso", e Thiago do Nascimento Mendes, o "Belão do Quintungo", apontados como as principais lideranças do Comando Vermelho no Rio de Janeiro.

De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Doca é a principal liderança do Comando Vermelho no Complexo da Penha e em outras comunidades da zona oeste do Rio, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) denunciou Doca e outras 66 pessoas pelo crime de associação para o tráfico. Três deles também foram denunciados por tortura.

Ele é investigado por mais de 100 homicídios, incluindo execuções de crianças e desaparecimentos de moradores. Havia 34 mandados de prisão em aberto contra o traficante, de acordo com dados do Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP). Doca é apontado como o mandante da execução de três médicos na zona sudoeste do Rio em outubro de 2023.

*Com informações de Estadão Conteúdo