Moradores da Vila Cruzeiro temem novos confrontos
Com o início da Copa, existe o medo de que os enfrentamentos se reiniciem<br />
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A vila foi cenário de confrontos entre gangues que disputavam a hegemonia nos pontos de tráfico de drogas, no mês passado. Na ocasião, o policiamento foi reforçado, mas o número de policiais militares foi reduzido quando os confrontos diminuiram. No entanto, a violência retornou, junto com a insegurança. Na Associação dos Moradores e Amigos da Vila Tronco Neves e Arredores (Amavtron), as oficinas de dança, que aconteciam durante a noite, foram canceladas. “Não podemos colocar nossas crianças em risco”, afirma a coordenadora-geral da entidade, Josiane Cardoso da Silva. “Os pais também têm medo e não mandam os filhos para as atividades nesse período.”
A comunidade está localizada próximo ao Beira-Rio, palco dos jogos da Copa. “Desde a semana passada, nós estamos com medo de novos confrontos”, afirma Josiane. A vila, na zona Sul da Capital, é composta por cinco outras vilas: a Tronco Neves, Nossa Senhora do Brasil, dos Comerciários, Gaúcha e Barracão. Com a falta de segurança se restabelecendo na comunidade, a rotina dos moradores foi modificada.
Uma funcionária pública, que reside na vila há 42 anos, contou que, apesar da falta de segurança, é preciso se arriscar para viver. “Eu tenho que ir trabalhar, não tenho como ficar em casa”, resigna-se. “Correr riscos aqui é normal”, esclarece. Uma dona de casa teme a chegada da Copa. “Vai ter muita gente desconhecida por aqui. Pode causar novos confrontos”, comenta. Moradores reclamam da falta de policiamento na região.