Moradores da Vila Cruzeiro temem novos confrontos

Moradores da Vila Cruzeiro temem novos confrontos

Com o início da Copa, existe o medo de que os enfrentamentos se reiniciem<br />

Jézica Bruno / Correio do Povo

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O medo retornou à vila Cruzeiro do Sul, em Porto Alegre. No último final de semana, um jovem, de 14 anos foi atingido por um tiro nas costas. Segundo um morador, que não quis se identificar, a vítima ficou paraplégica. Uma menina, de 12 anos, também foi atingida por uma bala perdida, também na semana passada. Com isso, a comunidade afirma estar temerosa que os confrontos recomecem.

A vila foi cenário de confrontos entre gangues que disputavam a hegemonia nos pontos de tráfico de drogas, no mês passado. Na ocasião, o policiamento foi reforçado, mas o número de policiais militares foi reduzido quando os confrontos diminuiram. No entanto, a violência retornou, junto com a insegurança. Na Associação dos Moradores e Amigos da Vila Tronco Neves e Arredores (Amavtron), as oficinas de dança, que aconteciam durante a noite, foram canceladas. “Não podemos colocar nossas crianças em risco”, afirma a coordenadora-geral da entidade, Josiane Cardoso da Silva. “Os pais também têm medo e não mandam os filhos para as atividades nesse período.”

A comunidade está localizada próximo ao Beira-Rio, palco dos jogos da Copa. “Desde a semana passada, nós estamos com medo de novos confrontos”, afirma Josiane. A vila, na zona Sul da Capital, é composta por cinco outras vilas: a Tronco Neves, Nossa Senhora do Brasil, dos Comerciários, Gaúcha e Barracão. Com a falta de segurança se restabelecendo na comunidade, a rotina dos moradores foi modificada.

Uma funcionária pública, que reside na vila há 42 anos, contou que, apesar da falta de segurança, é preciso se arriscar para viver. “Eu tenho que ir trabalhar, não tenho como ficar em casa”, resigna-se. “Correr riscos aqui é normal”, esclarece. Uma dona de casa teme a chegada da Copa. “Vai ter muita gente desconhecida por aqui. Pode causar novos confrontos”, comenta. Moradores reclamam da falta de policiamento na região.

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