Moradores reclamam de insegurança no bairro Rio Branco, em Porto Alegre

Um criminoso a bordo de uma moto vem tirando o sossego dos moradores do bairro Rio Branco, na zona Norte de Porto Alegre. Vítimas do bandido relatam momentos de tensão durante as abordagens, que ocorrem na calçada em locais variados, como as ruas Álvaro Alvim, Liberdade e Almirante Abreu. Diante desse cenário, a comunidade convive diariamente com a insegurança na região. Na semana passada, do dia 21 a 24 de agosto, moradores informaram, em um grupo de WhatsApp do bairro, dois assaltos e duas tentativas de assalto na região no período.

Uma arquiteta, de 40 anos, escapou da ação do criminoso na noite de 24 de agosto, na rua Almirante Abreu, quando se deslocava a pé até a academia. Imagens de câmeras de segurança de um prédio mostram que o motociclista invadiu a calçada e tentou abordar a vítima, que saiu em disparada. No trajeto, escorregou e caiu no chão, mas levantou rapidamente sob olhar do condutor da moto, que desistiu do assalto e fugiu na direção contrária. Conforme ela, segundos antes da tentativa de assalto, havia guardado o celular.

“Tentou me abordar, mas fugi no instinto. Os criminosos não estão nem aí para as câmeras de monitoramento. Vivemos uma sensação de insegurança”, afirmou. Ela participa de um grupo de WhatsApp que reúne moradores da região e do 9º BPM. “Há muitos relatos de ocorrências no grupo de moradores envolvendo esse cara da moto. Ele aborda preferencialmente mulheres. Olhei imagens captadas por uma câmera de outro prédio e, ao que tudo indica, parece o mesmo cara que ronda a região”, afirmou.

Uma publicitária, que prefere não se identificar, afirma que na semana passada houve relatos de assalto na rua Liberdade, onde ela reside. “Foram dois dias seguidos de assaltos acontecendo no Rio Branco. Existem outros casos narrados no grupo do bairro. Na rua Álvaro Alvim tem sido comum esse tipo de assalto por um motoqueiro. Geralmente não tira o capacete. Em outros casos, traz um comparsa na carona para abordagem”, afirmou. “Geralmente ocorre no entardecer”, completou.

Em outra gravação de monitoramento de um prédio, o motoqueiro finge que vai fazer uma entrega, enquanto uma mulher aguarda pela abertura do portão. Ao tirar o celular da bolsa, o homem saca uma arma, leva o aparelho e a bolsa da vítima, que ainda esboça reação. O comandante do 9º BPM, tenente-coronel Fábio da Silva Schmitt, afirmou que as ações de policiamento ostensivo da Brigada Militar são planejadas a partir de minucioso estudo de análise criminal.

“Desse modo são realizadas ações de policiamento ostensivo nas modalidades de policiamento motorizado com viaturas e motocicletas, rádio patrulhas, bicicletas e policiamento a pé com rondas constantes nesses locais questionados”, destacou. Conforme Schmitt, essas ações visam coibir crimes em geral, assaltos a pedestres, roubos a residências e estabelecimentos comerciais. De acordo com Schmitt, foram realizadas 25 prisões, em 2023, somente no Rio Branco, e abordadas mais de 456 pessoas em julho e agosto.

“Não se verifica, conforme análise dos dados criminais do local, um foco de insegurança ou a grande incidência de ocorrências relacionadas a crimes contra o patrimônio e/ou de maior gravidade nos locais questionados, sendo que, exemplificadamente, dessas ocorrências citadas nos dias 21, 22, 23 e 24, somente se verificou registro em relação à ocorrência do dia 21 de agosto, na rua Liberdade”, destacou. Ele ressaltou que as vítimas devem fazer o registro de todas as ocorrências para que a BM, “através de análise de inteligência dos indicadores criminais, consiga, ainda mais, apresentar devida resposta à comunidade”.

Schmitt ressaltou que também é realizado policiamento na modalidade Ponto Base, em locais mais propensos ao acontecimento delitos. “Realizam-se, rotineiramente, operações de barreiras de fiscalização de veículos, transporte coletivo de forma rotineira em todos os bairros que compõem a área territorial do 9º BPM”, completou.