MP denuncia médico suspeito de abusar de mulheres em consultório em São Paulo

MP denuncia médico suspeito de abusar de mulheres em consultório em São Paulo

Cardiologista teria abusado de pelo menos outras 14 pacientes

R7

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O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) denunciou na segunda-feira à Justiça o médico cardiologista Augusto Cesar Barretto Filho, suspeito de abusar sexualmente de uma paciente, em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Segundo o promotor de Justiça, Filipe Teixeira Antunes, existem relatos de, pelo menos, outras 14 mulheres que teriam sido abusadas pelo cardiologista.

Além do oferecimento da denúncia por violação sexual mediante fraude, o promotor pediu a prisão preventiva do médico diante do entedimento de que ele possa voltar a praticar esse tipo de ato. "Existe o risco de que ele volte a praticar atos libidinosos dentro e fora do consultório", afirma Antunes.

De acordo com o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), a situação do cardiologista consta como "ativa". O R7 também entrou em contato com o consultório em que o médico atende, porém foi informado de que ele não iria ao local nesta quarta-feira. O advogado de defesa do médico, Émerson de Oliveira Longhi, afirmou que não irá se manifestar no momento.

"Em respeito ao meu cliente e seus familiares, em respeito às mulheres envolvidas e seus familiares, e também pelo fato de não ter sido intimado formalmente da denúncia ofertada pelo promotor substituto, sendo que apenas tive conhecimento da mesma por grupos de WhatsApp e pelas redes sociais, a Defesa nesse momento nada pode declarar, além do que o processo corre em segredo de Justiça", declarou por meio de nota.

Assédo sexual

O promotor afirma que a última denúncia já identificada é de 2008. O caso ocorreu dentro do consultório médico. O processso teve início entre os meses de julho e agosto do ano passado, quando uma vítima procurou a Delegacia da Mulher de Presidente Prudente.

Em depoimento, ela afirmou que o cardiologista tocava suas partes íntimas e esfregava os órgãos genitais em seu corpo. Segundo o promotor, outros casos semelhantes surgiram e a delegada iniciou uma investigação até chegar às 14 mulheres que concederam depoimentos.

A denúncia foi oferecida com base no último relato (entre julho e agosto) do ano passado, porém, contará com os demais relatos como testemunhas e provas no processo. "Ele agia sozinho dentro do consultório, usava a confiança estabelecida com a vítima. Ele identificava certa fragilidade nas vítimas como processos de divórcio, depressão, perda de familiares e cometia os abusos."

Segundo o promotor, muitas relataram que, no momento, de tirar a pressão ele esticava o braço da vítima e esfregava em seu órgão genital. "Muitas ficavam chocadas", diz ele. Segundo ele, há ainda o risco de as vítimas se sentirem ameaçadas pelo médico.

Caso ele seja condenado pelo crime de violação sexual mediante fraude, a pena pode chegar a seis anos de reclusão. Agora, a Delegacia da Mulher de Presidente Prudente vai instalar um inquérito para cada um dos relatos de vítimas.

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