MP investiga ex-funcionário suspeito de desviar mais de R$ 1,7 milhão da Carris

MP investiga ex-funcionário suspeito de desviar mais de R$ 1,7 milhão da Carris

Homem se passaria por pessoa morta para receber indenizações

Correio do Povo

Ministério Público e Brigada Militar cumprem mandados de busca e apreensão na casa do suspeito

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O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) e a Brigada Militar cumprem, na manhã desta quarta-feira, mandados de busca e apreensão e sequestro de bens contra um ex-funcionário da Companhia Carris Porto-Alegrense, suspeito de se passar por pessoa morta para desviar mais de R$ 1,7 milhão da empresa.

Conforme as investigações, coordenadas pelo promotor de Justiça Flávio Duarte, ainda em 1996, o ex-funcionário da Carris teria feito uma carteira de identidade falsa em Santa Catarina em nome de uma pessoa que havia falecido em 1961. Com a documentação, ele pediu indenização por acidentes de trânsito causados pela empresa e recebeu R$ 365 mil da Carris.

Após essa fraude, ele ainda teria utilizado o número de inscrição na OAB de uma pessoa já falecida para se passar por advogado. Ele atuava em ações indenizatórias em nome de vítimas inventadas por ele. Os cheques de pagamento das indenizações das ações artificiais foram endossados para ele. A fraude teria ocorrido entre agosto de 2015 e janeiro de 2017.

A investigação iniciou após a Carris relatar os desvios, relativos a pagamentos de acordos e condenações judiciais fictícios, com a utilização de documentos falsos. Em uma das ações, o suposto beneficiário estava morto 12 anos antes de o acidente que gerou a indenização ocorrer. Em outro caso, foi forjado um documento como sendo oriundo do Tribunal de Justiça do Estado, com logotipo, número de processo e nome falsos.

O suspeito aplicou mais de R$ 100 mil em joias. E utilizou ainda o dinheiro das indenizações para compra de veículos, repasses para parentes e conhecidos, além de doações para campanhas eleitorais em nome da pessoa falecida em 1961 e por intermédio de terceiros. O MP investiga a participação de outras pessoas que integravam a administração da Carris na época.

Procurada pela reportagem, a Carris informou que, por enquanto, não se manifestará.

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