Mulher é condenada por morte de companheiro em Arroio do Sal

Mulher é condenada por morte de companheiro em Arroio do Sal

Leda Natalina Alves foi condenada a 18 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado

Felipe Samuel

Juíza Marilde Angélica Webber Goldschmidt presidiu o julgamento

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O júri popular de Leda Natalina Alves, acusada de matar seu ex-companheiro, Jonathan Martins de Almeida, 33, terminou na madrugada de sexta-feira e a declarou culpada do crime. A juíza Marilde Angélica Webber Goldschmidt, que presidiu o julgamento, proferiu a sentença fixando a pena em 18 anos e 10 meses de reclusão, a ser cumprida no regime inicial fechado. Conforme o Ministério Público do RS (MPRS), Leda teria mantido o corpo de Almeida enterrado no quintal de sua casa durante quatro anos. O crime aconteceu no município de Arroio do Sal, no Litoral Norte, em 2016. Os restos mortais da vítima foram encontrados em novembro de 2020 após denúncia anônima. 

Durante o período, Leda, 61, alegava que Jonathan havia abandonado o lar e desaparecido. O Conselho de Sentença foi composto por cinco mulheres e dois homens. A ré foi condenada por todos os fatos denunciados: homicídio qualificado por motivo fútil, cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e, também, por crimes conexos ao homicídio, de ocultação de cadáver e por falsidade ideológica. Na decisão, Marilde determina que a ré deverá permanecer segregada provisoriamente, “porquanto os argumentos lançados na decisão que decretou sua segregação cautelar mantiveram-se hígidos durante todo o trâmite processual”, destaca. 

Ela reforça que se trata da prática de crimes graves, com a condenação da acusada em plenário. Por ausência de indícios suficientes de autoria, Marilde impronunciou o segundo réu do processo, Antônio Leri da Silva, 47. O corréu, atual companheiro de Leda Alves, foi acusado pelo Ministério Público pelo crime de ocultação de cadáver. A magistrada entende que, após os depoimentos no decorrer do processo, “é possível crer que Antônio conheceu Leda após o crime, desvinculando, por assim, a prática delitiva a ele imputada. Devido a isso, impronunciou o réu destacando não haver indícios suficientes de autoria ou de sua participação”, ressalta. 

Na decisão, a magistrada observa que a impronúncia do réu não impede eventual renovação de exame de admissibilidade em caso de surgimento de outros dados probatórios que possa sustentá-la, não servindo os elementos de prova até então colhidos. Durante o julgamento foram ouvidas 14 testemunhas e o interrogatório da ré. Pelo Ministério Público atuou o promotor de Justiça Rodrigo Berger Sander e, pela Defesa, o advogado Vitor Hugo Gomes. Desde 13 de novembro de 2020, Leda está recolhida no Presidio Estadual Feminino de Torres (PEFT).


Conforme o MPRS, no final da tarde do dia 18 de dezembro de 2016, após uma forte discussão, Leda teria matado seu então companheiro Jonathan Martins de Almeida. Leda desconfiava de traições com outras mulheres e também não se conformava com o fim do relacionamento. Segundo o MP, Leda teria desferido diversos golpes na cabeça de Jonathan, com uma garrafa. Devido às graves lesões, Jonathan não resistiu e faleceu. 

Após, a acusada seccionou a cabeça e os membros da vítima. Com o objetivo de ocultar o crime, o cadáver foi enterrando no pátio de sua casa. Dias depois do crime, visando despistar a ação criminosa, Leda se dirigiu à Polícia Civil para registrar o desaparecimento de Jonathan. Uma denúncia anônima recebida pela autoridade policial levou a posterior cumprimento de mandado de busca e apreensão - deferido pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Torres . O cadáver da vítima foi localizado com a ajuda de cães farejadores. Na sequência, Leda confessou o crime para a polícia.


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