Munição que matou Marielle Franco veio de lote vendido para a PF em 2006

Munição que matou Marielle Franco veio de lote vendido para a PF em 2006

Órgão abriu inquérito para investigar a origem das cápsulas e circunstâncias envolvendo o crime

AE

Vereadora foi assassinada com quatro disparos na região central do Rio de Janeiro

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou a origem das cápsulas encontradas no carro em que a vereadora Marielle Franco (Psol) e o motorista Anderson Gomes foram assassinados na noite da última quarta-feira. Segundo a perícia, elas vieram de lotes vendidos pela empresa CBC à Polícia Federal em Brasília em 2006. A munição encontrada durante a perícia é de calibre 9mm. As polícias Civil e Federal irão rastrear agora o caminho feito pelo lote desde a sua aquisição. A informação foi divulgada hoje em nota conjunta das polícias Federal e Civil do Rio de Janeiro.

As investigações da Delegacia de Homicídios também revelaram que o veículo de onde partiram os tiros tinha placa clonada. Os investigadores identificaram o proprietário do veículo original, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e descartaram qualquer participação dele nos homicídios.

Em razão disso, a Polícia Federal instaurou um inquérito nesta sexta-feira, sobre as cápsulas das armas usadas no assassinato.  A PF informou que, "além da investigação conduzida pela Polícia Civil pelo crime de homicídio, já foi instaurado inquérito no âmbito da Polícia Federal para apurar a origem das munições e as circunstâncias envolvendo as cápsulas encontradas no local do crime".

"A Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro e a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro reiteram o seu compromisso de trabalhar em conjunto para a elucidação de todos os fatos envolvendo os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, ocorrido na noite da última quarta-feira, no Rio de Janeiro", afirma a PF em nota.

"Feminicídio racista", diz grupo sobre assassinato de Marielle

O Movimento Nacional Feminismo, Pluralismo e Democracia considera que o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) "parece ter sido um feminicidio racista de uma mulher de grande valor e de enorme importância social, lutadora militante dos direitos humanos". Em nota divulgada na quinta-feira, os militantes repudiaram "com veemência a execução sumária da vereadora".

"O movimento aguarda imediatas providências das autoridades competentes na investigação e punição dos criminosos que executaram as vítimas", cobra a organização. Leia a íntegra da nota "O Movimento Nacional Feminismo, Pluralismo e Democracia, composto de militantes de feministas de todos os sexos e gêneros, vem a público repudiar com veemência a execução sumária da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e de seu motorista Anderson Pedro Gomes, ressaltando que tal ato abominável parece ter sido um feminicidio racista de uma mulher de grande valor e de enorme importância social, lutadora militante dos direitos humanos, fato que provoca comoção social e revolta".

"O movimento aguarda imediatas providências das autoridades competentes na investigação e punição dos criminosos que executaram as vítimas".

O crime

Marielle foi assassinada na noite dessa quarta-feira, após reunião com grupo de mulheres negras na Lapa, na região central do Rio. Os assassinos alvejaram quatro vezes o rosto da parlamentar. Outras três balas mataram o motorista dela, Anderson Pedro Gomes.

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