O que diz estatuto de nova facção alvo de ofensiva em Porto Alegre

A facção alvo de uma ofensiva da Polícia Civil, que já prendeu 61 pessoas nesta quinta-feira, tinha conselho de membros e estatuto. Denominado "Família do Sul", o grupo seria uma aliança entre traficantes da zona Sul e Norte de Porto Alegre para controlar pontos de tráfico. 

O Correio do Povo apurou que, em um dos celulares apreendidos, foi localizado um grupo de WhatsApp contendo as "regras" da nova organização criminosa. 

Nas conversas, um traficante sugere que os grupos das vilas Cruzeiro e Jardim unam esforços para fazer frente a outras duas facções, essas com base no bairro Bom Jesus e no Vale do Sinos. "Há tempos não estamos andando para frente, pois alguns estão deixando o orgulho falar mais alto. Por isso chegamos na conclusão que temos que unir forças para combater quem está vindo contra e crescendo. Foi decidido que vamos levantar uma bandeira só, que vai se chamar Família do Sul", pondera. 

No mesmo dialogo os criminosos combinam que os líderes da nova facção vão formar uma espécie de conselho deliberativo, responsável por tomar decisões. Também é estabelecido um estatuto para que todos os integrantes sejam julgados igualmente. 

"Vamos deixar o orgulho de lado, para o bem de todos, e subir um estatuto para ser seguido à risca no crime. Nenhum dos integrantes vai estar acima da bandeira, todos serão iguais e tudo será decidido pela maioria, que será o conselho", diz o comunicado. "O certo no crime prevalecerá, doa a quem doer. Não existe mais diferença de bandeiras." 

O estatuto dos criminosos proíbe que os membros do grupo se matem entre si por conta de disputas. Em caso de desavenças, a questão deverá ser levada para o conselho, que vai julgar e decidir a atitude que será tomada. 

Os criminosos também decidem que vão acolher integrantes de facções rivais que estejam dispostos a mudar de grupo. As diretivas, conforme a conversa dos traficantes, foram adotadas para 'expandir os horizontes do crime'.