"Objetivo é salvar vidas", diz deputada na Comissão de Acompanhamento aos Feminicídios no RS
Iniciativa reúne parlamentares gaúchas, sindicatos, associações, ONGs, movimentos populares e organizações da sociedade civil

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A Comissão Externa de Acompanhamento aos Feminicídios no Rio Grande do Sul promoveu, nesta segunda-feira, sua primeira reunião. O encontro ocorreu na sede da Defensoria Pública do Estado, localizada na rua Sete de Setembro, no Centro Histórico de Porto Alegre. Estiveram presentes parlamentares eleitas e outras representantes da população gaúcha.
Encabeçada pela deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL), a iniciativa tem relatoria da deputada Maria do Rosário (PT) e subcoordenação das deputadas Any Ortiz (Cidadania), Daiana Santos (PcdoB), Denise Pessôa (PT) e Franciane Bayer (Republicanos). Mais de 40 organizações foram convidadas para participar da iniciativa, incluindo sindicatos, associações, ONGs, movimentos populares e sociais e organizações da sociedade civil envolvidas com a pauta e a defesa da vida das mulheres.
O projeto envolve audiências públicas, reuniões, visitas técnicas, levantamento de dados e articulações políticas, tudo com o objetivo de construir propostas de ações concretas para reduzir os feminicídios no RS. A ideia é que, a partir do diálogo, apontamentos e sugestões dos movimentos sociais, possa ser definido e posto em prática um plano de trabalho final.
De acordo com Franciane Bayer, a proposta de criação da Comissão surgiu após a onde de feminicídios registrada no último feriadão de Páscoa e Tiradentes, quando 10 mulheres foram mortas. Os crimes ocorreram em menos de quatro dias, ao longo de diferentes regiões do RS.
"Nosso foco principal é salvar vidas e romper o ciclo da violência. Queremos evitar feminicídios e, assim, impedir que mulheres virem estatísticas. O feminicídio é a gota d'água. Isso porque, antes de uma mulher perder a vida, ela sofre outros tipos de violência, como a física e moral”, ressaltou a deputada do Republicanos.
Franciane Bayer também destacou a importância de, além de monitorar vítimas, também punir agressores. “Muitas vezes nós enxugamos gelo. Retiramos a mulher de um ciclo de violência, mas não fazemos nada com o agressor. Ocorre que ele acaba se relacionando com outras, ou seja, faz ainda mais vitimas. É preciso adotar medidas que evitem a reincidência de casos”, disse a parlamentar.