Operação contra quadrilha especializada em roubos termina com 16 presos

Operação contra quadrilha especializada em roubos termina com 16 presos

Líder do grupo usava login e senha de PM para acessar dados da Segurança Pública

Correio do Povo

Operação foi realizada em quatro cidades

publicidade

Uma organização criminosa especializada em roubos de veículos e arrombamentos de caixas eletrônicos foi desarticulada na manhã desta quinta-feira durante uma operação da Polícia Civil. Chamada de Miragem, a ofensiva cumpriu mandados em Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha e São Leopoldo e prendeu 16 pessoas. O líder do bando, que está foragido, chegou a utilizar o login e a senha de um policial militar quando encontrava-se recolhido na Cadeia Pública de Porto Alegre (antigo Presídio Central) com o objetivo de acessar o banco de dados da segurança pública. O foragido deveria cumprir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica desde abril deste ano, mas evadiu-se.

O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, delegado Mario Souza, observou que a Corregedoria-Geral da BM vai apurar o caso do brigadiano. “A maior possibilidade neste momento é que tenha sido hackeada a senha do policial militar e por isso não pedimos a prisão dele”, explicou. “Descobrimos e bloqueamos a senha que foi usada por pouco tempo. O interesse no acesso aos dados era a obtenção dos veículos para a confecção de documentos falsos visando a clonagem dos carros roubados”, acrescentou.

A investigação, iniciada desde o dia 30 janeiro deste ano, é conduzida pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) de Canoas, sob comando do delegado Thiago Lacerda. Naquela data, dois indivíduos foram presos por receptação, posse ilegal de arma de fogo, sendo recolhidos jammers que impedem o rastreamento dos veículos, radiocomunicadores sintonizados na faixa da Brigada Militar, placas clonadas e um revólver 38. Cinco veículos foram recuperados na ocasião, sendo dois automóveis e três motos roubados e adulterados. Os policiais civis descobriram então que a dupla fazia parte de uma organização criminosa com atuação em grande escala no roubo de veículos, realizando encomendas de carros. Os criminosos tinham metas a cumprir e pagamentos semanais para quem praticava os assaltos, além de atuarem no planejamento de investidas contra caixas eletrônicos.

O avanço do trabalho investigativo levou os agentes da Draco de Canoas até o apenado que tinha acesso ao banco de dados mediante o emprego do login e senha de um policial militar. Em fevereiro, o mesmo teve bloqueado o acesso. A Corregedoria Geral da Brigada Militar já apura o caso.

Hierarquia 

Segundo o delegado Thiago Lacerda, a organização criminosa tinha uma hierarquia. Havia o líder que realizava as encomendas, consultas nos sistemas, pagamentos semanais e estipulava metas e ordens aos subordinados. Tinha ainda os assaltantes que atacavam as vítimas com os veículos nas ruas. Já os receptadores recebiam pertences das vítimas, como bolsas de marca, celulares, laptops e objetos de valor econômico.

A quadrilha mantinha também receptadores de pneus e estepes e dos próprios veículos roubados, além dos clonadores que confeccionavam placas e adulteravam  os números de identificação automotiva, bem como os chamados apoiadores que forneciam suporte de munição, negociação de armas e locais para esconderijo do grupo, entre outros.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895