Operação Ju$$ara apreende 7 toneladas de palmito fabricado em péssimas condições de higiene

Operação Ju$$ara apreende 7 toneladas de palmito fabricado em péssimas condições de higiene

Produto ilegal pode causar o botulismo, que causa comprometimento progressivo do sistema nervoso

Correio do Povo

No total, sete toneladas de palmito foram apreendidos

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O saldo da Operação Ju$$ara, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Segurança Alimentar, do Ministério Público do Rio Grande do Sul, nesta terça-feira apreendeu cerca de sete toneladas de palmito em conserva produzido de forma clandestina. Além de palmito-juçara in natura, espécie em extinção protegida por lei, produtos químicos para a produção da solução em que o alimento é mantido, quatro veículos utilizados no transporte, documentos e anotações. Foram 3,2 toneladas apreendidas em galpões e indústrias no Litoral Norte, 1,5 tonelada em um revendedor de Caxias do Sul e 2,2 toneladas em atacadistas da Região Metropolitana.

“Boa parte do produto que tem rotulagem de palmeira real na verdade é palmito-juçara. O consumidor deve atentar ao preço, porque a exploração de mão de obra irregular, a extração de palmito da Mata Atlântica e sua produção sem condições mínimas de higiene fazem com que a cobrança seja praticada abaixo do mercado”, alertou o coordenador do Gaeco, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho.

Ao todo, 15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Maquiné, Três Forquilhas, Caraá, Terra de Areia, Dois Irmãos, Canoas, Porto Alegre, Gravataí, São Leopoldo e Caxias do Sul. Quatro pessoas foram presas em flagrante por porte ilegal de arma – houve ainda a apreensão de um revólver e quatro espingardas de caça. Além de todo esse material, foram encontrados dezenas de rótulos de marcas utilizados para ‘esquentar’ o produto clandestino nas sedes das indústrias Três Forquilhas, JN, Serra Azul e Conservas Manzan e nas residências dos suspeitos de integrarem o grupo criminoso. Amostras coletadas das cargas apreendidas serão analisadas em laboratórios.

A Operação Ju$$ara teve deferidas medidas cautelares penais a oito pessoas que determinam, principalmente, a proibição de comercialização de produtos e derivados de palmito. Foi imposta, também, a suspensão das atividades das indústrias investigadas de produção e venda de conserva de palmito. Durante o cumprimento de mandado de busca na revendedora em São Leopoldo, foi descoberta uma indústria clandestina e apreendida 1,5 toneladas de outras conservas, como milho, pepino e ervilha.

“A notícia ruim é que encontramos novas formas de fraude à medida que avançamos as investigações para outros produtos alimentícios; a notícia boa é que vamos intensificar essa fiscalização em tudo o que houver indício de fraude”, disse o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Fabiano Dallazen.

Além do crime ambiental, existem riscos à saúde humana o consumo do produto ilegal, já que o palmito, se preparado sem condições básicas de higiene, pode causar a doença conhecida como botulismo. Ela causa o comprometimento progressivo do sistema nervoso e chega a provocar a paralisia dos músculos respiratórios, o que pode ser fatal. Dessa forma, os investigados cometeram o crime de vender mercadoria em desacordo com as normas legais. Além disso, MP e Receita Estadual investigarão, a partir da documentação apreendida, crimes contra a ordem tributária e contra o patrimônio público.

Assista ao vídeo divulgado pelo Ministério Público:


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