Pai acusado de matar os quatro filhos em Alvorada vai a júri

Um homem acusado de matar os filhos, quatro crianças entre três e 11 anos de idade, em Alvorada, vai ser julgado pelo Tribunal do Júri. A decisão é do juiz Marcos Reichelt, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca do município da região Metropolitana. A data do julgamento ainda não foi divulgada.

O crime ocorreu no dia13 de dezembro de 2022. O réu foi denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por homicídio triplamente qualificado. Todas as teses foram acolhidas.

Segundo a denúncia, os agravantes são motivo fútil, crime contra menor e meio cruel. O investigado segue preso de forma preventiva. Em relação ao processo judicial, a tramitação ocorre em segredo de justiça e ainda há prazo para recursos.

De acordo com a denúncia, o réu não aceitava o fim do relacionamento com a mãe das vítimas e praticou o crime por motivo torpe, ao utilizar a morte dos filhos como instrumento de sofrimento à ex-companheira. Também por meio cruel, desferindo vários golpes de arma branca contra as crianças, causando-lhes extenso sofrimento, e ainda por asfixia, no caso de um dos filhos, uma menina de três anos.

O MPRS também mencionou a utilização de recurso que dificultou a defesa das vítimas, pois o pai delas se aproveitou da diferença de porte físico entre eles. Ainda foram praticados crimes contra menores de 14 anos de idade e contra mulher, por razões da condição do sexo feminino no âmbito de violência familiar, já que três das vítimas eram meninas.

Na data do crime, os irmãos, três meninas e um menino, foram encontrados mortos dentro de casa, no Bairro Piratini, em Alvorada. Além disso, a denúncia faz menção ao fato de que o homem aos filhos que os levaria para dormir na casa da sua ex-companheira. A mentira teria sido contada para não levantar suspeitas das crianças.

A acusação será feita pelo promotor de Justiça Plínio Castanho Dutra. “Já começamos a preparação para o julgamento em plenário pela sociedade de Alvorada desse fato bárbaro, de crueldade invulgar, no qual o réu tirou a vida de quatro crianças, quatro filhos, para, além de tudo, infligir um sofrimento perpétuo a sua, então, companheira, mãe das crianças”, afirmou.