PF afirma que milícias digitais usam estrutura do "gabinete do ódio"

PF afirma que milícias digitais usam estrutura do "gabinete do ódio"

Relatório da delegada Denisse Ribeiro foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes

R7

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Um relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Fedral (STF) pela Polícia Federal (PF) afirma que a atuação de uma milícia digital investigada pela Corte é operada pelo chamado "gabinete do ódio" — que seria formado por apoiadores do governo. O relatório da delegada Denisse Ribeiro, responsável pela investigação das fake news e das milícias digitais, foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes e, de acordo com o documento — obtido pelo R7 — a organização criminosa opera para atacar e difamar pessoas tidas como advesárias. Segundo o relatório, o grupo tem por objetivo propagar desinformação, criando e deturpando dados para obter "ganhos políticos, ideológicos e financeiros".

No documento, a delegada Denisse Ribeiro detalha como o grupo do "gabinete do ódio"  atua praticando ataques virtuais aos alvos previamente escolhidos. "Observa-se também que, além de promover ataque aos veículos tradicionais de difusão de informação (jornais, rádio, TV etc.) e de estimular a polarização e o acirramento do debate, a organização utiliza essa estrutura para atacar de forma anônima diversas pessoas (antagonistas políticos, ministros do STF, integrantes do próprio governo, dissidentes etc.), tudo com o objetivo de pavimentar o caminho para alcance dos objetivos traçados (ganhos ideológicos, político-partidários e financeiros)", diz a delegada no relatório.

O documento diz ainda que vistas em conjunto, as diversas comunicações entre os integrantes da organização, o cruzamento de dados adquiridos mediante quebra de sigilo legal, as oitivas e os documentos obtidos permitem identificar a estrutura montada, os papéis de seus membros e os objetivos buscados, os quais são até aqui indicadores de uma atuação orquestrada, que pratica os fatos descritos com o propósito de difundir os ataques e/ou desinformação, criando ou deturpando os dados para obter vantagens e auferir lucros diretos ou indiretos por canais diversos.

O documento cita como exemplo, a elaboração de dossiês contra antagonistas e dissidentes, inclusive com insinuação de utilização da estrutura de Estado para atuar investigando oponentes políticos.

O relatório conclui afirmando que há "lacunas que precisam ser preenchidas, indicadoras da necessidade de realização de novas diligências (...), com indicação de autores e partícipes; realização de oitivas diversas; prosseguimento do cruzamento dos dados existentes, especialmente os contidos em outras apurações; além de novos indiciamentos e interrogatórios


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