A Polícia Federal deflagrou, com o apoio do 9º Núcleo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público Estadual, na manhã desta quinta-feira, a Operação Prior, com o objetivo de aprofundar a investigação de desvio de recursos públicos destinados às ações de saúde geridas pela Secretaria Municipal de Saúde de Bagé.
Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão. As buscas foram realizadas em Bagé e Porto Alegre, nos endereços ligados aos investigados. As ordens judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Santana do Livramento.
O inquérito policial apurou que, entre os anos de 2018 e 2024, foram superfaturados os preços de quatro contratos firmados pelo município de Bagé com uma cooperativa para a prestação de serviços de saúde. Os pagamentos apontados como indevidos à cooperativa contratada totalizaram mais de R$ 7 milhões em prejuízo ao erário.
A apuração revelou que, pelo menos, dois indivíduos que já passaram pela pasta foram beneficiados com o recebimento de valores da cooperativa contratada. Também foi possível constatar que, no período de 2018 a 2022, o gestor da cooperativa contratada recebeu da própria instituição o total de mais de R$ 3,5 milhões, além de outros valores expressivos por intermédio de empresas ligadas à cooperativa.
Os investigados poderão responder pela prática de crimes de peculato, lavagem de dinheiro, modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo e de associação criminosa.
Nota da prefeitura de Bagé
Desde o início do ano, a Procuradoria-Geral do Município, após constatar possíveis irregularidades na área da saúde, tem aberto diversas sindicâncias. A Prefeitura de Bagé não tem, até o momento, conhecimento sobre o conteúdo das operações realizadas hoje, mas sabemos que se referem a ocorridos em exercícios anteriores. A Prefeitura permanece à disposição para colaborar com quaisquer investigações dos órgãos competentes.