PF e Receita Federal deflagram operação contra fraude fiscal no RS, SC, PR e SP

PF e Receita Federal deflagram operação contra fraude fiscal no RS, SC, PR e SP

Empresas de fachada emitiram R$ 4 bilhões em notas falsas destinadas a grupo que atua na cadeia de sucatas e ouro

Correio do Povo

Houve o cumprimento de 59 mandados de busca e apreensão e ordens judiciais de bloqueio de imóveis, contas bancárias e arrecadação de bens

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A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram na manhã desta terça-feira a operação Gauteng com o objetivo de desarticular uma organização criminosa dedicada a fraudes fiscais com atuação no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Cerca de 280 policiais federais e servidores das duas instituições, em 75 viaturas, cumpriram 59 mandados de busca e apreensão e de ordens judiciais visando o bloqueio de imóveis, contas bancárias e arrecadação de bens.

No RS, a ação ocorreu em Porto Alegre, Caxias do Sul e Bento Gonçalves. Já em SC, os alvos estavam em Joinville, Araquari, Lages, Balneário Camboriú, Pomerode, Jaraguá do Sul, Guaramirim, Braço do Trombudo, Barra Velha, Massaranduba e Schroeder. As ordens judiciais foram cumpridas também em Curitiba, no PR, e em São Paulo, Ribeirão Preto e Jaboticabal, em SP.

Através de cruzamento de dados e de uso de informações de inteligência, a Receita Federal detectou indícios de que empresas inexistentes e de fachada, conhecidas como noteiras, que emitiram R$ 4 bilhões em notas fiscais falsas destinadas a grupo que atua na cadeia de metais e sucatas. Com base nas informações constatadas, a Polícia Federal de Caxias do Sul instaurou inquérito em dezembro de 2021.

As investigações apontaram para a existência de um esquema de emissão de notas fiscais falsas, sem mercadorias respectivas ou com quantidades maiores do que realmente foram efetivamente entregues, para a obtenção de benefícios fiscais no segmento de metais e sucatas, envolvendo diversas empresas em, ao menos, quatro estados. Diversas empresas foram abertas em nome de “laranjas” e beneficiárias do Auxílio Emergencial, que movimentaram quantias expressivas em contas bancárias.

Houve a identificação de três núcleos criminosos que envolvem mais de 80 pessoas e empresas. Os núcleos vêm utilizando notas fiscais falsas para burlar órgãos fiscalizadores, sonegar impostos e “esquentar” mercadorias roubadas.

Além de operações com sucatas, o operador do esquema transacionou bilhões em notas fiscais de ouro. Há suspeitas de que essas transações possam estar relacionadas a crimes de lavagem de dinheiro, extração ilegal de minérios, sonegação de impostos e outros delitos.

Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e sonegação fiscal.

Foto: PF / Divulgação / CP


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