PF solicita inquérito da Polícia Civil sobre morte de Marielle Franco

PF solicita inquérito da Polícia Civil sobre morte de Marielle Franco

Inquérito apura se grupo criminoso atua para atrapalhar investigações

AE

Inquérito apura se grupo criminoso atua para atrapalhar investigações

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A Polícia Federal (PF) pediu acesso ao inquérito da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes. Desde o mês passado, a PF investiga suposta atuação de um grupo criminoso para atrapalhar as investigações sobre o crime, ocorrido em março, e se há omissão das autoridades do Estado.

O inquérito da PF foi aberto a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Ele é apoiado no depoimento de duas pessoas. O nome de uma delas é mantido em sigilo, e o outro é Orlando de Oliveira Araújo, conhecido como Orlando de Curicica. Ele é apontado como chefe de uma milícia em Curicica, bairro da zona oeste do Rio, e está preso na penitenciária federal de Mossoró (RN) desde junho.

Uma das linhas de investigação da Polícia Civil aponta Orlando como um dos mandantes do assassinato de Marielle e de seu motorista, mas o miliciano nega qualquer participação. Ele procurou o Ministério Público Federal (MPF) e prestou depoimento em agosto alegando estar sofrendo pressão para assumir o crime.

No depoimento, Orlando de Curicica disse que foi procurado pelo titular da Divisão de Homicídios, Giniton Lages, em maio, quando estava preso em Bangu. O responsável pela investigação da morte de Marielle teria pressionado para que ele se apresentasse como um dos mandantes do crime. O miliciano foi além e também acusou a Divisão de Homicídios de receber dinheiro do jogo do bicho para não investigar crimes, em esquema que existiria desde que o atual chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, comandava a divisão.

O Estado não conseguiu contato com os citados. À TV Globo, Rivaldo Barbosa disse que as declarações de Orlando são levianas e têm o objetivo de tumultuar a investigação. A Polícia Civil declarou em nota que “as ilações feitas por Orlando tentam desmoralizar e desacreditar instituições idôneas”. A Secretaria de Segurança Pública do Rio informou que não vai se pronunciar.

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