Polícia apura crimes contra o sistema financeiro no Vale do Jacuí

Polícia apura crimes contra o sistema financeiro no Vale do Jacuí

Suspeitos podem ter movimentado ilicitamente mais de R$ 1 milhão nos últimos meses

Felipe Samuel

Veículos de luxo foram apreendidos durante a operação “Operação O Dobro ou Nada”

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A Polícia Federal e a Polícia Civil deflagram, nesta terça-feira, em Cachoeira do Sul, a “Operação O Dobro ou Nada”, em investigação que apura possíveis crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e pirâmide financeira por uma empresa da região do Vale do Jacuí. Na ação, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e executadas ordens judiciais para sequestro, restrição de circulação e transferência de veículos pertencentes aos investigados, bem como o bloqueio de valores em contas bancárias.

Chefe da Polícia Federal de Santa Cruz, o delegado Mauro Lima Silveira destaca que os suspeitos podem ter movimentado ilicitamente mais de R$ 1 milhão nos últimos meses. “Esse valor pode ser muito maior”, alerta. A investigação teve início em dezembro de 2022, a partir de informações recebidas pela PF de que pessoas ligadas a uma empresa estariam oferecendo oportunidades de investimentos com retorno de 100% do capital aplicado no prazo de três meses. 

Durante a operação, os policiais apreenderam três carros de luxo e bloquearam várias contas bancárias da empresa. Em uma casa, os policias encontraram vários computadores e uma estrutura montada para o funcionamento da empresa. “Além de computadores e aparelhos celulares, centenas de contratos de clientes foram apreendidos na operação”, observa. Conforme Silveira, alguns clientes aplicavam o dinheiro sem sequer assinar os contratos. “As aplicações variavam de R$ 1 mil a R$ 100 mil”, afirma. 

Segundo Silveira, a empresa investigada vem atraindo e iludindo clientes sob a promessa de vantajosos retornos financeiros, com a suposta realização de operações que dariam retorno variável de 80% a 180% do capital investido, de acordo com o prazo de aplicação. Há indícios de que a empresa e seus gestores arquitetaram um esquema financeiro em que os participantes são levados a crer que obterão rendimentos a partir do lucro auferido com operações financeiras efetuadas com seus investimentos. 

Conforme as investigaçoes, os donos da empresa são jovens, não têm qualificação e nem histórico de operar no mercado financeiro. “O indicativo é de que usavam dinheiro dessas pessoas, captavam dos clientes, para investir em aplicações e fazer investimentos em sites de jogos sem conhecimento do proprietário do dinheiro”, observa. Se comprovados os crimes, os suspeitos vão responder por crime de estelionato, pirâmide financeira, fraude contra particular e operação do Sistema Financeiro sem credenciamento.

Silveira solicita que as pessoas lesadas por esse tipo de crime entrem em contato com a Polícia Federal ou com a Polícia Civil. “Pessoas que investiram e estão com problemas para recuperar o dinheiro devem procurar a PF e a PC de Cachoeira do Sul”, destaca. A investigação vai seguir nos próximos meses para apurar eventuais prejuízos aos clientes. A Polícia Federal não divulgou o nome dos investigados, mas a reportagem apurou que se trata da empresa Mansão Connect Money. A reportagem procurou a empresa e aguarda retorno.  

Em uma página na rede social Facebook, o grupo se apresenta como uma “empresa que investe no Mercado Financeiro com segurança e agilidade”.  Um casal, natural de Cachoeira do Sul, integraria o núcleo duro do esquema, que contaria ainda com a participação de pelo menos mais quatro pessoas.

 


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