Polícia Civil descarta ligação entre mortes de cães no Rio Grande do Sul e Minas Gerais

Polícia Civil descarta ligação entre mortes de cães no Rio Grande do Sul e Minas Gerais

Fabricantes de rações são diferentes, diz a titular da 1ª DP de Viamão, delegada Jeiselaure Rocha de Souza

Correio do Povo

Ocorrências de pets doentes também foram relatadas

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A titular da 1ª DP de Viamão, delegada Jeiselaure Rocha de Souza, declarou que, a princípio, não haveria uma ligação entre os casos de morte de cães na cidade, após ingestão de uma ração, com ocorrências semelhantes em Minas Gerais. “Não é do mesmo fabricante”, constatou, referindo-se à origem dos produtos suspeitos.

Ela apura o óbito de mais de dez cães desde meados de junho deste ano e de “muitos outros ficaram doentes ou internados, após terem consumido uma ração que estaria contaminada por aflatoxina, que é uma espécie de fungo que pode ter contaminado o lote das rações”. O fabricante tem sede em Santa Catarina.

Os tutores dos animais já apresentaram laudos laboratoriais, tanto em uma amostra da ração quanto na necropsia dos cães que vieram a óbito, feitos em laboratórios da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pela Universidade Federal de Santa Maria, que comprovaram a contaminação.

A delegada Jeiselaure Rocha de Souza enfatizou que a investigação está sendo tratada com prioridade, tendo em vista que as rações fabricadas pela empresa catarinense são de ampla comercialização. “Há notícias de que outros cães tenham adoecido e vindo a óbito, tanto na Capital, quanto na Região Metropolitana e Interior”, informou.

De acordo com ela, todas as possibilidades estão sendo investigadas. A titular da 1ª DP de Viamão disse ainda que já foram adotadas várias providências junto ao Ministério Público do Rio Grande do Sul e às autoridades sanitárias estaduais e municipais.

“Ao longo da próxima semana estão marcadas diversas oitivas de tutores, veterinários e proprietários das agropecuárias que venderam as rações”, anunciou. “São muitos desdobramentos. Lá no início da semana, de posse de todos os documentos, é que a gente vai intimar a empresa para se manifestar”, observou. A delegada Jeiselaure Rocha de Souza orientou que sejam feitos os registros de todas as ocorrências para apuração dos fatos.

Em nota oficial, o fabricante catarinense declarou que abriu “rigoroso processo de investigação quanto à suposta relação do consumo das rações com os fatos que vêm sendo noticiados” e que está atenta a “todas as alegações dos consumidores cujos animais apresentaram algum sintoma clínico supostamente decorrente da alimentação”.

A empresa ressaltou que “nossas equipes estão envidando seus melhores esforços a fim de verificar as origens e causas prováveis” e “que os resultados das análises biológicas já realizadas nas amostras retidas apresentam resultado dentro dos padrões técnicos de qualidade”.

Minas Gerais

A Polícia Civil de Minas Gerais, por meio de informação preliminar, relatou que já são nove cachorros mortos após ingerirem os petiscos com suspeita de substâncias tóxicas. Seis mortes ocorreram em Belo Horizonte e outra em Piumhi, além de duas em São Paulo. Haveria relatos de casos também no Distrito Federal, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Alagoas, Sergipe, Goiás e até no Rio Grande do Sul.

Nessa sexta-feira, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou a interdição da fábrica paulista responsável pelos petiscos e o recolhimento nacional de todos os lotes de produtos da empresa em razão da suspeita fundamentada de ocorrência de produtos contaminados.

A equipe de fiscalização do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa aguarda agora todas as informações requeridas ao fabricante. O Mapa já coletou as amostras dos produtos, que estão sendo encaminhadas para análise aos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária do Ministério.

Segundo o fabricante, a interrupção na fábrica vai durar "até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação de pets envolvendo lotes de seus produtos" e que “está contratando uma empresa especializada para fazer uma inspeção detalhada de todos os processos de produção e do maquinário em sua fábrica, em São Paulo".

A fabricante destacou, ainda, que enviou amostras de produtos a laboratórios de referência nacional, para a avaliação da segurança dos alimentos e pediu a todos os fornecedores um rastreamento dos insumos utilizados no processo de produção.


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