Polícia Civil planeja transferir líderes do narcotráfico após operação "Senhores do Crime"

A Polícia Civil planeja transferir as lideranças das três facções que foram alvo da operação “Senhores do Crime", deflagrada ao amanhecer desta quinta-feira pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc). Esses líderes comandam as organizações criminosas atuantes no tráfico de drogas e que estão envolvidas em conflitos, atentados e homicídios na Capital, com reflexos nas cidades vizinhas. Muitos deles encontram-se recolhidos no sistema penitenciário. A ação resultou em 23 presos, entre eles o conhecido traficante Paulão. 

“Certamente haverá movimentação nas unidades prisionais”, confirmou o Chefe de Polícia Civil, delegado Fábio Lopes. “Haverá mudanças, alterações, deslocamentos no Estado do Rio Grande do Sul”, resumiu. Segundo ele, algumas lideranças “oportunamente serão enviadas para o sistema federal”, adiantou.

Sobre a importância de serem adotadas medidas de restrições aos líderes recolhidos no sistema prisional, o delegado Fábio Lopes foi enfático. “Cortar exatamente o vínculo que essas lideranças têm com seus subordinados que estão nas ruas. Esse tipo de matança não acontece sem que haja ordem de um desses líderes. A maioria dos homicídios acontece em decorrência do tráfico de drogas”, observou. “É importante tirá-los da zona de conforto”, acrescentou.

“Esta operação é extremamente importante por dois motivos: para atacar as lideranças das principais organizações criminosas que atuam em Porto Alegre e Região Metropolitana e para tentar conter e estancar essa onda de violência que estamos vendo, responsabilizar os mandantes”, frisou.

“Essa ação foi cirúrgica”, sintetizou o diretor geral do Denarc, delegado Carlos Wendt. “Monitoramos as principais lideranças dessas facções, algumas do alto escalão, e pessoas de confiança delas. Alvos relevantes”, lembrou, citando que essas organizações criminosas são oriundas do bairro Bom Jesus e da vila Cruzeiro do Sul, em Porto Alegre, e da região do Vale do Rio dos Sinos.

“As forças de segurança é que vão ditar as normas e não essas facções criminosas. Não iremos tolerar esse tipo de violência. Não vamos admitir esse tipo de prática”, assegurou. “Esperamos que o recado esteja sendo dado”, complementou.

Ele garantiu que a operação “Senhores do Crime" terá continuidade, inclusive em relação à lavagem de dinheiro proveniente do narcotráfico visando a descapitalização. “Essas facções têm atuação em todo o Estado. Inclusive envolvimento na recente onda de violência que houve na cidade de Rio Grande”, constatou.