Polícia deflagra operação contra direcionamento licitatório na CRM

Polícia deflagra operação contra direcionamento licitatório na CRM

Dois servidores da companhia foram ouvidos pela Polícia Civil no âmbito da Operação Off Road

Felipe Samuel

De acordo com a Polícia, as ações tiveram a anuência de servidores da CRM

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Com o objetivo de desarticular um grupo que atuou no direcionamento licitatório na aquisição de três caminhões fora de estrada pela Companhia Riograndense de Mineração (CRM), a Polícia Civil cumpre nesta terça-feira nove mandados de busca e apreensão, na sede da companhia, localizada em Candiota, no Sudeste do Estado, e nas residências dos empresários sócios da empresa vencedora do processo licitatório, localizadas no município de Santa Cruz do Sul. 

Dois servidores da CRM foram ouvidos pela Polícia. Nomeada de Operação Off Road, a investigação da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (1ª DECOR), da Divisão Estadual de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DCCOR), apurou que durante a aquisição de bens para compor a frota da companhia ocorreram diversas ações que apontam que uma empresa particular ofertou previamente os bens para a CRM. 

A Massa Mineradora Eireli venceu a licitação para fornecer três unidades do modelo Randon Perlini, RD 470, pelo valor total de R$ 2.279.000,00, com preço unitário de R$ 759.666,66. De acordo com a Polícia, as ações tiveram a anuência de diretores da CRM, resultando em uma série de atividades que culminaram com a empresa como vencedora do certame.Além da Massa Mineradora Eireli, outra empresa é investigada: a Terrafácil Terraplenagem LTDA. 

Em nota, o presidente da CRM, Melvis Barrios Junior informa que as investigações tem suspeita infundada, que o processo licitatório foi transparente e aprovado pelo Conselho de Administração, Diretoria Executiva e Jurídico. Conforme Barrios Junior, os caminhões foram comprados abaixo do preço de mercado. Ele ressaltou que há cerca de dois meses respondeu a questionamentos e enviou documentos do Ministério Público. 

“Estou aberto a questionamentos, faço questão de depor para esclarecer. Não teve direcionamento. Fizemos uma única exigência no edital, de que os caminhões tivessem, no máximo, 20 mil horas de uso. Só isso. É uma exigência que protege a companhia. Portanto, essas suposições sem nenhuma fundamentação técnica e sem respaldo no direito administrativo, causam estragos a imagem da empresa e a honra dos servidores”, garantiu. 

“Deixamos registrado nossa total repulsa a esse tipo de suposição e simplificação, contrariando a legalidade dos documentos existentes no processo de licitação com posterior compra dos caminhões Perlini”, completou.

 


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