Polícia Federal deflagra operação para conter violência em terra indígena no Norte do RS

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (31/10), a segunda fase da Operação “Menés”, para o cumprimento de 58 ordens judiciais na região Norte do Rio Grande do Sul. O objetivo da ofensiva, segundo a corporação, é restabelecer a ordem pública e apurar a autoria de sucessivos crimes graves, cometidos em virtude da disputa pela liderança da Terra Indígena (TI) Cacique Doble.

A ação mobiliza 160 policiais federais e 90 integrantes da Brigada Militar, do Comando Rodoviário e do Corpo de Bombeiros Militares, para o cumprimento 44 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão preventiva na reserva e na cidade de Cacique Doble, e na TI Monte Caseiros, no município de Caseiros.

A onda de conflitos na reserva indígena teve início em agosto do ano passado, quando quatro indígenas foram vítimas de tentativas de homicídio por disparos de armas de fogo. Durante a investigação da Polícia Federal, três membros da liderança da reserva foram presos preventivamente e permanecem encarcerados.

Mesmo com o estabelecimento de nova liderança, diversos crimes continuaram sendo cometidos, como tentativas de homicídio, lesões corporais, danos, porte ilegal de arma de fogo, ameaças e indícios de formação de milícias privadas, motivados pela disputa entre grupos rivais. Apesar da presença das forças policiais, houve o fechamento temporário da escola indígena pela Coordenadoria Regional de Educação e do posto de saúde indígena, face a possibilidade iminente de novos conflitos armados.

A deflagração da Operação Menés visa proteção da vida e da pacificação da comunidade indígena, vítima da violência estabelecida pelos grupos que brigam pelo poder na reserva. O Nome da da ação, 'Menés', se refere ao primeiro dos Faraós, Rei do Alto Egito, responsável pela unificação dos reinos do Vale do Rio Nilo - Alto Egito e Baixo Egito - por volta de 3200 a.C.