Polícia Federal faz operação contra trabalho análogo à escravidão na Serra

Polícia Federal faz operação contra trabalho análogo à escravidão na Serra

Houve o cumprimento de sete mandados judiciais de busca e apreensão em Bento Gonçalves e Garibaldi.

Correio do Povo

Investigação começou após resgate de 207 trabalhadores em condição análoga a de escravo em fevereiro

publicidade

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira a operação Descaro com o objetivo de combater o trabalho análogo a escravidão na região da Serra. Agentes cumpriram sete mandados de busca e apreensão, sendo seis deles em Bento Gonçalves e um em Garibaldi. Uma das ordens judiciais foi acompanhada pela Corregedoria Geral da Brigada Militar, por envolver um policial militar. Entre os alvos estavam um empresário baiano e o proprietário de uma pousada.

Houve o recolhimento de documentos, mídias, computadores e telefones celulares, além de dez armas, farta munição e 11 carregadores por parte do Exército Brasileiro. Localizado em Bento Gonçalves, o armamento está registrado no Sistema do Exército (Sigma) e regularizado na modalidade Caçador/Atirador/Colecionador (CACs), mas encontrava-se depositado de modo irregular. Algumas também estava modificadas. 

Conforme a PF, a ação visa aprofundar as investigações e coletar novos elementos de prova para esclarecimento dos fatos ocorridos em 22 de fevereiro passado, quando 207 trabalhadores baianos foram resgatados em condição análoga à de escravo.

Até o momento, seis pessoas envolvidas no esquema foram identificadas. Elas foram os alvos das medidas judiciais executadas nesta manhã. Há suspeita de que integrem uma organização criminosa voltada à prática do crime de submissão ao trabalho escravo.

O trabalho investigativo apontou que os trabalhadores eram recrutados em outros estados, principalmente na Bahia, por uma empresa prestadora de serviços de apoio administrativo. Os relatos indicam que as vítimas resgatadas estavam sem receber salários, contraiam dívidas com juros abusivos e tinham a sua liberdade de locomoção restringida, além de sofrerem agressões físicas.

Foto: PF / Divulgação / CP


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895