Polícia indicia pais de menina encontrada morta dentro de lixeira em Guaíba

Polícia indicia pais de menina encontrada morta dentro de lixeira em Guaíba

Laudo confirma presença do medicamento Rivotril no corpo da vítima, mas não aponta causa da morte

Marcel Horowitz

Corpo de menina foi encontrado em lixeira no entorno de escola em Guaíba

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A Polícia Civil confirmou, nesta segunda-feira, o indiciamento dos pais da menina Kerollyn Souza Ferreira, de nove anos, encontrada morta dentro de uma lixeira em Guaíba, na região Metropolitana. Ainda de acordo com a instituição, a investigação do caso foi encerrada e inquérito será encaminhado à Justiça.

Foram ouvidas 32 pessoas, das quais oito foram reinquiridas. Um laudo pericial apontou a presença da substância clonazepam, popularmente conhecida como Rivotril, no corpo da vítima. Com relação à causa da morte, a perícia não determinou o motivo.

A mãe da criança foi indiciada por maus-tratos com resultado morte e violência psicológica. Ela deixou o sistema prisional, no domingo, e cumprirá medidas cautelares. Isso porque a juíza Andreia da Silveira Machado, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Guaíba, negou o pedido da Polícia Civil para prorrogação da prisão temporária, pontuando que a custódia “não é mais imprescindível para as investigações existentes”.

O pai da vítima foi indiciado por abandono material e violência psicológica. Ele também responderá em liberdade. O homem mora em Santa Catarina e afirma que tentava regularizar a guarda unilateral da filha perante a Defensoria Pública, além de ter feito pelo menos seis denúncias de negligência ao Conselho Tutelar de Guaíba.

Em 9 de agosto, o corpo da menina foi localizado por recicladores no interior de um contêiner de lixo, no bairro Cohab Santa Rita, próximo a uma escola de ensino infantil. A mãe da criança teria confessado em depoimento na delegacia que a medicou com sedativos na noite anterior ao fato.

A mulher teria dopado a filha em casa, por volta das 22h de quinta-feira. Ainda conforme relato dela, ao acordar na manhã seguinte, a criança não estava mais no imóvel. Ela disse ter ficado surpresa quando policiais militares foram até a porta da residência para informar que o corpo da filha havia sido localizado no lixo.

Quando questionada o porquê de drogar a filha, a mãe teria citado um suposto comportamento agressivo da menina como justificativa. A mulher alegou que a criança surtava, ficava violenta e parecia “endiabrada”, além de agredir os outros irmãos, de três, cinco e 13 anos. Na versão dela, era preciso dopar a menina, mesmo sem acompanhamento médico, para acalmá-la.

Conforme os PMs que atenderam a ocorrência, apesar do suposto desaparecimento da criança, a mãe não demonstrou surpresa quando foi informada sobre a localização de um cadáver que poderia ser o da filha. Sem expressar tristeza ou choque pela possível morte, ela ainda teria demonstrado raiva por ser considerada suspeita.

Vizinhos reforçam que a criança sofria maus-tratos. De acordo com eles, a menina passava frio, fome, pedia esmola na rua e era alvo de agressões. Os relatos também dão conta que a mãe da vítima faria uso de álcool e drogas, além de supostamente ser garota de programa.


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