Polícia investiga origem de falsa delegacia utilizada no "golpe dos nudes"

Polícia investiga origem de falsa delegacia utilizada no "golpe dos nudes"

Descoberta da DP de fachada aconteceu em um prédio situado na rua Sapiranga, no bairro Canudos, em Novo Hamburgo

Correio do Povo

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A 1ª DP de Novo Hamburgo, sob o comando do delegado Tarcísio Lobato Kaltbach, investiga a origem dos materiais que compunham uma falsa delegacia para dar mais realismo na pressão sobre as vítimas no “golpe dos nudes”. A descoberta da DP de fachada ocorreu durante cumprimento de um mandado de busca e apreensão, na última quarta-feira, em um prédio situado na rua Sapiranga, no bairro Canudos, na cidade da Região Metropolitana.

Banners em nome da Polícia Civil de diversos estados, como do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, foram encontrados em uma sala que foi montada como se fosse uma repartição policial. Havia banner da Polícia Federal, uma bandeira do Rio Grande do Sul, uma bandeira do Brasil e uma bandeira de Santa Catarina.

Na sala da delegacia clandestina foram constatadas uma mesa e cadeiras, computadores, impressoras, pares de algemas, rádios comunicadores, armamentos falsos como réplicas de arma longa e pistola, camisetas e canecas com nome da Polícia Civil, entre outros objetos para convencer as vítimas.

Nas buscas no local, os policiais civis recolheram documentos forjados pelos golpistas com inúmeras fotos e dados das vítimas, inclusive um caderno com diversas anotações dos valores recebidos. A estimativa é de que os criminosos receberam milhares de reais em apenas um mês. Anotações indicavam inúmeras vítimas de diversos estados.

Cerca de 2,5 mil comprimidos de ecstasy também foram recolhidos. A droga sintética foi estimada em R$ 130 mil. “O alvo era apreensão de entorpecentes, que de fato foram apreendidos”, frisou o diretor da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (3ª DPRM), delegado Eduardo Hartz.

A ação resultou na prisão de três golpistas, sendo que dois são catarinenses. Um quarto suspeito, também catarinense, não estava no local, mas já está identificado e tem inclusive mandado de prisão expedido pela Justiça de SC. Ele usava um documento falso aqui no RS.

“No golpe dos nudes, a vítima, geralmente um homem maduro, troca mensagens íntimas com uma jovem atraente. Um suposto familiar dela entra em contato e diz que a jovem é menor de idade e que será preciso custear o tratamento psicológico dela devido à exposição”, contou o delegado Eduardo Hartz.

“Em um segundo momento entra um falso policial exigindo dinheiro para não prender e tocar o processo criminal...e aí entra a delegacia com computador, algemas armas de brinquedo que parecem verdadeiras e banners institucionais”, acrescentou.

Os autuados responderão pelos crimes de tráfico de entorpecentes, associação ao tráfico de drogas, formação de quadrilha, estelionato, extorsão e uso de distintivo/símbolos de função pública que não exerce.


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