Polícia investiga servidores do DMLU por desvio de bens doados pelo TJ

Polícia investiga servidores do DMLU por desvio de bens doados pelo TJ

Avaliados em R$ 100 mil, equipamentos saíram do tribunal, mas não chegaram ao órgão de limpeza

Correio do Povo

Seis mandados de busca e apreensão foram realizados nesta quarta-feira

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A Polícia Civil prendeu na manhã desta quarta-feira um ex-diretor do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) que estaria envolvido em um desvio de quase 800 bens doados pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) para a autarquia e que foram avaliados em R$ 100 mil. Ele foi preso na sua residência em Viamão por portar um revólver 38 municiado. Ao todo, seis mandados de busca foram cumpridos e, além do armamento, foram apreendidos celulares, documentos e HDs.

No início da manhã desta quarta-feira, a equipe dos delegados André Lobo Anicet e Max Otto Ritter cumpriu seis mandados de busca e apreensão na sede do DMLU, de uma organização não-governamental que atuava em parceria com o órgão e nas residência dos investigados, em Porto Alegre e Viamão. Houve o recolhimento de documentos, celulares e computadores para análise. Um ex-diretor do DMLU, que ocupava cargo em comissão, acabou sendo preso durante a operação devido à posse ilegal de um revólver calibre 38 em sua casa, em Viamão. Além dele, um servidor de carreira, identificado como gari mas que atuava como motorista de caminhão, também estaria envolvido.

O delegado André Lobo Anicet ressaltou que as doações haviam saído efetivamente do Tribunal de Justiça do Estado, conforme ficou comprovado inclusive através de imagens de câmeras de monitoramento. “As investigações prosseguem para verificar se outra doações também não aportaram no DMLU. Vamos ver se era corriqueiro o modus operadi dos investigados”, resumiu.

Já o delegado Max Otto Ritter afirmou que permanece uma incógnita o destino do material desviado. “O DMLU não possui sequer o registro de ingresso desses bens em suas dependências. Esse bens sumiram, se evaporaram...”, declarou. “Bens públicos não podem ser apropriados e vendidos”, alertou. Ele lembrou que três caminhões foram carregados com os bens doados, ocorrendo o trabalho em dias intercalados. “Esperamos recuperá-los”, assegurou. Há suspeita da existência de uma rede destinada à comercialização do mobiliário, cujas etiquetas de identificação já podem ter sido removidas para dificultar o rastreamento. “A administração pública é vítima. Os fatos chegaram ao nosso conhecimento como uma denúncia da então gestão do DMLU.

A autarquia nos procurou e revelou esse estranhamento com os fatos e, a partir de então, passamos a cruzar as informações”, recordou, acrescentando que o desvio ocorreu no trajeto entre o Tribunal de Justiça do Estado e o DMLU, A investigação, em tese, apura os crimes de peculato e apropriação, peculato e desvio e associação criminosa praticado pelo ex-diretor e pelo ex-servidor do órgão municipal. “Por hora, são apenas esses dois, mas na medida que as investigações forem andando pode ser que surjam outros envolvidos. Na verdade, temos que um deles assinou o recebimento destes bens e o outro, o ex-diretor, seria o responsável que teria conhecimento deste suposto desvio”, assinalou o delegado André Lobo Anicet.

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