Polícia mira facção que usava postos de gasolina para lavagem de dinheiro em Porto Alegre

Polícia mira facção que usava postos de gasolina para lavagem de dinheiro em Porto Alegre

Força-tarefa mobilizou mais de 400 agentes em outros 12 municípios gaúchos


Rádio Guaíba

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A facção originada no bairro Bom Jesus, na zona Leste de Porto Alegre, que está envolvida na disputa territorial em andamento em Porto Alegre, voltou a ser alvo da Polícia Civil nesta terça-feira. Desta vez, o grupo aparece no centro de uma investigação que descobriu um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo postos de combustíveis.

Produtos como gasolina, itens encontrados em lojas de conveniência e de eletrônicos eram usados para dar aparência de legalidade ao dinheiro obtido pela organização criminosa a partir de extorsão, compra e venda de armas, roubos, receptação e tráfico. Conforme as autoridades, muitos dos ilícitos eram cometidos na região Central de Porto Alegre.

Segundo o delegado Marcus Viafore, a investigação que deu início à Operação Benzina começou há dois anos. “Para se ter uma ideia, em um dos postos vinculados ao grupo em Porto Alegre, mais de 50% do faturamento de 3 meses foi em dinheiro em espécie, o que não se coaduna com a atividade normal do mercado para esse ramo”, afirma.

A força-tarefa mobilizou 477 agentes e cumpriu nove mandados de prisão temporária e 86 de busca e apreensão. Além de Porto Alegre, houve desdobramentos em cidades como Alvorada, Campo Bom, Canoas, Eldorado do Sul, Frederico Westphalen, Gravataí, Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, Tramandaí, Venâncio Aires, Viamão e Xangri-Lá.

Ao menos três postos de combustíveis e uma empresa que vende aparelhos de telefonia fizeram parte do esquema no decorrer do período investigado. O total movimentado pela facção no período chega a R$ 18 milhões. Os locais eram administrados por criminosos em liberdade, ou familiares de indivíduos presos.

Assassinato

Um dos episódios que chamou a atenção das autoridades foi a morte de um dos líderes da organização criminosa por trás do esquema. Ele foi assassinado em maio e, imediatamente depois, um dos postos de gasolina que ele administrava mudou de dono – dando continuidade à lavagem do dinheiro da facção. O homicídio ainda é investigado.


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