Polícia não vê indícios de servidores envolvidos em tentativa de fraude em secretaria do RS

Polícia não vê indícios de servidores envolvidos em tentativa de fraude em secretaria do RS

Controle prévio evitou prejuízo na pasta de Inovação, Ciência e Tecnologia

Correio do Povo

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O envolvimento de servidores públicos com a tentativa de fraude, em tese, na licitação para a contratação de curso online de desenvolvimento de jogos eletrônicos pela Secretaria de Estado de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT), não foi constatado até o momento pela Polícia Civil que deflagrou na manhã desta quarta-feira a operação Buff. “Hoje não há indícios, mas não está descartado”, ressalvou, porém, o titular da 1ª Delegacia de Polícia de Combate à Corrupção (1ª Decor), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil, delegado Max Otto Ritter.

A ação teve apoio da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage). “As instituições atuam em rede e no compartilhamento de informações, o que permite que não tenhamos prejuízo aos cofres públicos. Nesse caso, o controle foi prévio e concomitante, com êxito”, resumiu o titular da 1º Decor.

“De que forma essa suposta tentativa de fraude teria acontecido? O Estado do Rio Grande do Sul possui um importante programa denominado GameRS. No curso da fase inicial da licitação, as empresas que mostraram interesse não corresponderam às expectativas e requisitos objetivos necessários”, explicou. Com a ampliação da oferta a mais interessados, uma nova rodada de chamamento foi feita. “Nessa nova rodada chamou a atenção da Cage que aqueles possíveis interessados comporiam um grupo determinado de pessoas com vínculos muito estreitos entre si”, observou.

O delegado Max Otto Ritter citou uma associação e duas empresas como suspeitas de combinarem preços a serem compactuados. As supostas irregularidades verificadas fizeram então que a licitação fosse cancelada. “Isso não foi levado adiante. Quanto de recurso público foi despendido com essa contratação? Nada!”, enfatizou. ‘Lidamos com a hipótese de crime tentado e não consumado. Não foi levada adiante outra licitação e foi aberta uma investigação administrativa dentro da própria SICT”, frisou.

Na operação Buff foram cumpridos sete mandados judiciais de busca e apreensão nos municípios de Pelotas, Rio Grande, São Francisco de Paula e Porto Alegre, tendo como alvos as sedes de uma associação e de duas empresas, além de residências de empresários suspeitos das práticas delitivas. Documentos, equipamentos eletrônicos, mídias, computadores e telefones celulares foram recolhidos. “Tudo isso será agora analisado para definir os rumos das próximas fases da investigação”, observou.

Nota oficial 

A Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (SICT) divulgou uma nota oficial após a operação Buff da Polícia Civil. Ela esclareceu que a investigação começou por conta de um trabalho preventivo realizado pela assessoria jurídica da SICT, Cage e Procuradoria do Estado. “A primeira manifestação do jurídico da Sict foi em abril de 2022. A suspeita é de que empresas agiam, mediante conluio, como forma de garantir vantagem em licitação, sem envolver a secretaria”, apontou.

“No momento em que a SICT enviou o processo referente à licitação para a Cage e foram apontadas possíveis irregularidades na contratação de empresa para fornecer capacitação no setor de jogos eletrônicos, a secretaria imediatamente tomou as medidas necessárias e cabíveis. Além disso, a secretaria parou o repasse de recursos referentes ao edital do programa GameRS de 2022. O processo foi enviado ao Ministério Público, conforme a orientação legal, e a Sict tem prestado todas as informações necessárias, colaborando com todas as instâncias investigativas para que o Estado do Rio Grande do Sul não seja lesado”, acrescentou.

A SICT anunciou a instauração ainda ontem de “uma sindicância administrativa investigativa, conforme orientação jurídica”.

 


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