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Verão

Especial

Polícia trabalha com hipótese de que crianças tenham sido dopadas antes de chacina em Alvorada

Suspeito dos assassinatos é o pai, que foi preso em Porto Alegre

| Foto: Fabiano do Amaral

O Departamento de Perícias Laboratoriais do Instituto-Geral de Perícias (IGP) deve confirmar ou não a suspeita levantada pela Polícia Civil de que as quatro crianças mortas pelo pai foram dopadas antes de serem asfixiadas e três delas também esfaqueadas em Alvorada. Os exames estão sendo feitos nos corpos das vítimas, que foram encontrados por um familiar na noite dessa terça-feira dentro da residência da avó paterna, na rua Hermes Pereira de Souza, no bairro Piratini.

O suspeito de cometer o crime foi o próprio pai das crianças, de 28 anos, que acabou sendo preso na madrugada desta quarta-feira em Porto Alegre. Acionados após o recebimento de uma denúncia, os policiais militares do 9º BPM localizaram e detiveram o indivíduo na recepção de um hotel no Largo Vespasiano Júlio Veppo, na área central da cidade. Ele estaria tentando esconder-se no local.

Na manhã desta quarta-feira, o titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de Alvorada, delegado Edimar Machado, não descartou a hipótese de que as crianças tenham sido dopadas antes de serem mortas. “O pai disse que deu um chá para as crianças dormirem. A gente ainda não sabe se é verdade. Vamos aguardar os laudos”, declarou. As crianças estariam mortas há aproximadamente entre 12 horas e 24 horas.

“Essa circunstância somente teremos a comprovação com a perícia, se elas estavam sob efeito de uma droga que tenha sido injetada, aspirada ou ingerida. Esse esclarecimento só mesmo com a perícia”, enfatizou também o delegado Augusto Zenon, do plantão do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, responsável por atender a ocorrência no local do crime.

Ciúmes 

Com antecedentes por lesões corporais, o suspeito do homicídio quádruplo foi conduzido pelo efetivo do 9º BPM até o plantão da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento do DHPP, no Palácio da Polícia, onde foi efetuado o registro do flagrante. “No depoimento, ele disse que matou por ciúmes da ex-mulher”, informou o delegado Edimar Machado.

“Ele teria asfixiado depois as crianças. Para se certificar que as crianças estavam mortas mesmo, ele esfaqueou também as maiores, de cinco, oito e dez anos. A de três anos foi só asfixiada. É o relato dele e para confirmar somente com a necropsia”, afirmou o titular da DPHPP de Alvorada.

“As crianças foram encontradas nos quartos. Uma delas estava em um e as outras três no outro quarto. A menor de três anos foi sufocada, a cabeça contra o colchão. As outras três sofreram diversas facadas, duas no peito e uma delas nas costas”, detalhou por sua vez o delegado Augusto Zenon.

Os procedimentos de identificação e necropsia são realizados no Departamento Médico Legal. Já no local do crime estiveram presentes duas equipes da Seção de Atendimento a Local de Crime, do Departamento de Criminalística do IGP. Os laudos periciais serão enviados depois à Polícia Civil, que tem prazo de dez dias para concluir o inquérito. 

Em um comunicado, a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul esclareceu que esteve presente na audiência de custódia do acusado, realizada na manhã desta quarta-feira no Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), na Capital, para “garantir a ampla defesa e o contraditório”. 

Na ocasião, a prisão preventiva do suspeito foi decretada. “O homem informou que, em princípio, não constituirá advogado particular. Sendo assim, a partir de agora, a Defensoria Pública seguirá atuando na defesa dele e irá se manifestar somente nos autos do processo”, explicou a instituição.

Vítimas

As vítimas foram identificadas como Yasmin Antunes Lemos, 11 anos, Donavan Antunes Lemos, oito anos, Gyovanna Antunes Lemos, seis anos, e Kimberlly Antunes Lemos, três anos. Conforme depoimento da avó materna, a mãe, de 24 anos, deixou as crianças com a avó paterna para passarem o fim de semana. "Eles gostavam muito de ir na casa da avó, eram para ter voltado domingo, mas acabaram adiando para segunda-feira. E aí, ele não deixou minha filha buscar eles", comentou a avó materna.

Segundo ela, a mãe das crianças tinha uma relação conturbada com o pai. "Eu acionei a polícia, certa vez em que ele a agrediu, quando tentavam uma reconciliação", lembrou. Ainda segundo a avó, foi a mãe do suspeito que ligou para a mãe das crianças, dizendo que ela deveria ir até a residência. Chegando lá, ela viu os filhos sem vida.

Correio do Povo