O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) deflagrou nesta segunda-feira a Operação Julieta II, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que promovia tráfico de drogas e a entrada de objetos ilícitos na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. Uma policial penal e uma psicóloga são os principais alvos. Elas estão afastadas de suas funções.
A operação foi coordenada pela promotora Maristela Schneider, e contou com a participação do promotor André Dal Molin, responsável pelo GAECO no Estado. Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Alvorada e São Leopoldo, e realizadas revistas no presídio feminino em Guaíba, com apoio do Grupo de Ações Especiais (GAES) e da Corregedoria da Polícia Penal. Também houve o sequestro de um veículo e uma motocicleta.
Ao todo, 13 pessoas são investigadas. A apuração, iniciada em junho de 2024, revelou uma organização estruturada, liderada por uma apenada que comandava o esquema de dentro da unidade prisional. O grupo promovia a entrada de celulares, cocaína e maconha, e outros itens proibidos, mediante corrupção de servidoras públicas.
Os pagamentos eram realizados via Pix para contas de terceiros. Foi constatado o pagamento da mensalidade de um escola de idiomas para uma das agentes públicas, entre outros serviços pessoais.
Segundo a promotora Maristela Schneider, para ocultar a origem dos recursos, os envolvidos utilizavam familiares e pessoas de confiança, movimentando valores expressivos em contas bancárias, realizando depósitos sem identificação e adquirindo bens de alto valor, como veículos e motocicletas, além de manter empresas de fachada.
A apenada investigada movimentou mais de R$ 1 milhão de dentro da penitenciária. Os crimes apurados incluem tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa e passiva, prevaricação, favorecimento real, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A Operação teve sua primeira fase deflagrada em setembro de 2024, e teve como alvo inicial a mesma apenada, já identificada como líder do esquema criminoso.