Prefeito de Alvorada afasta secretários e funcionários investigados pela Operação Cartola

Prefeito de Alvorada afasta secretários e funcionários investigados pela Operação Cartola

Contrato com empresa de publicidade também foi suspenso

Jerônimo Pires/Rádio Guaíba

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O prefeito de Alvorada, João Carlos Brum, afastou nesta sexta-feira os funcionários investigados pela Polícia Civil e o Ministério Público na Operação Cartola, deflagrada na quarta-feira. O líder do Executivo também decidiu suspender o contrato com a empresa da publicidade PPG Comunicação Ltda, investigada nos autos. Entre os oito funcionários afastados, há três secretários do município.

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Os servidores não serão remunerados no período em que não trabalharão para o governo. A medida pode ser revertida, dependendo de uma análise da Procuradoria do município.

Contas bloqueadas

As contas da empresa Noschang Artes Gráficas Ltda., de Tramandaí, e do sócio, Paulo Noschang, investigados pela Operação Cartola, foram bloqueadas nesta sexta-feira. A empresa foi subcontratada pela PPG Comunicação Ltda, agência de publicidade de Porto Alegre considerada articuladora do suposto esquema de superfaturamento de contratos de prestação de serviços gráficos. Na quarta-feira, a Polícia Civil recolheu documentos nas oito prefeituras que tinham contrato com a agência de publicidade.

De acordo com a promotora de Justiça Criminal de Alvorada, Rita Conte Soeiro de Souza, o bloqueio foi solicitado após movimentações suspeitas do empresário, que, além de transferir dinheiro para uma terceira pessoa, solicitou ao banco um saque de R$ 500 mil para hoje. O trabalho envolveu a Promotoria de Justiça de Alvorada, o Centro de Apoio Operacional de Defesa do Patrimônio Público, o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (COAF) e a Polícia Civil.

A investigação


A Operação Cartola é resultado de 10 meses de investigação de agências de publicidade que financiariam campanhas eleitorais em troca de favorecimentos políticos e vantagens em licitações. De acordo com a Polícia Civil, uma agência, localizada no Centro de Porto Alegre, teria envolvimento com o crime e tinha contrato com as prefeituras de Osório, Tramandaí, Viamão, São Sebastião do Caí, Cachoeirinha, Canela, Parobé e Alvorada. O prejuízo chegaria a R$ 30 milhões.

O estabelecimento terceirizava os serviços e superfaturava os contratos, sempre com as mesmas fornecedoras. Segundo a investigação, essas empresas recebiam pelos serviços ou não executavam o previsto no contrato, pagando propina a funcionários municipais para manter o esquema. Três prefeituras suspenderam o contrato com a agência após a operação, outras três informaram que o acordo já havia sido rescindido, e duas mantiveram-no.

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