Primeira prisão do projeto Monitoramento do Agressor ocorre em Canoas

Primeira prisão do projeto Monitoramento do Agressor ocorre em Canoas

Brigada Militar deteve indivíduo que descumpriu perímetro delimitado pela Justiça para não se aproximar da ex-companheira

Correio do Povo

Cerca de 2 mil kits, formado por tornozeleira eletrônica e celular, estão previstos para todo o RS

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A primeira prisão do projeto Monitoramento do Agressor ocorreu nessa sexta-feira em Canoas. Policiais militares do 15º BPM detiveram em flagrante um agressor com tornozeleira que descumpriu o perímetro delimitado pela Justiça para não se aproximar da ex-companheira. Mesmo após a vibração da tornozeleira informando a aproximação e o contato policial determinando que se afastasse da área, o indivíduo permaneceu no local. Ele foi então preso e conduzido à Polícia Civil por descumprimento de Medida Protetiva de Urgência.

No começo deste mês, o projeto Monitoramento do Agressor entrou em operação. Desde então, sete agressores já são monitorados pelo Departamento de Comando e Controle Integrado (DCCI) da Secretaria da Segurança Pública (SSP). A primeira tornozeleira eletrônica instalada em um autor de violência doméstica foi colocada no último dia 6 em Canoas. O equipamento de prevenção a feminicídios garante o rastreamento dos passos de agressores para evitar que se aproximem de vítimas amparadas por medidas protetivas com base na Lei Maria da Penha.

“Desde o início da operação, as equipes vêm trabalhando, de forma ininterrupta, na vigilância e monitoramento dos tornozelados. Hoje, ao resistir aos alertas da zona de exclusão, foi deslocado o efetivo mais próximo da Brigada Militar para efetuar a prisão do agressor. Vamos seguir atuando em várias frentes para combater os crimes de feminicídio no Rio Grande do Sul”, ressaltou secretário da Segurança Pública, Sandro Caron.

“As forças de polícia atuam de forma ininterrupta na vigia dos agressores e esta prisão é resultado desse empenho canalizado pela Polícia Civil e Brigada Militar dentro do projeto de Monitoramento do Agressor. Além de mais segurança às vítimas, esperamos incentivar mais mulheres em situação de violência a romper o silêncio e buscar ajuda das forças de segurança”, afirmou a diretora da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher e titular da 1ª Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), delegada Cristiane Ramos.

Alerta

Após a instalação da tornozeleira no agressor, a vítima recebe um telefone celular com um aplicativo interligado ao sistema de monitoramento dedicado exclusivamente a essa finalidade. Em caso de aproximação, o equipamento emite um alerta. Se o agressor não recuar e ultrapassar o raio de distanciamento determinado pela medida protetiva, o aplicativo mostrará um mapa em tempo real e alertará novamente a vítima e a central de monitoramento. Após esse segundo alerta, o efetivo da Brigada Militar mais próximo irá ao local. A zona de exclusão determinada pelo Judiciário será mantida em sigilo.

O aplicativo foi programado para não ser desinstalado, além de permitir o cadastro de familiares e pessoas de confiança com as quais a vítima possa estabelecer contato em caso de urgência. De forma gradual estão entrando em operação os 2 mil kits de equipamentos previstos. Porto Alegre e Canoas foram as primeiras cidades contempladas, mas a iniciativa será expandida para os demais municípios gaúchos.

As tornozeleiras, adquiridas por meio de um contrato com a empresa suíça Geosatis, são feitas de polímero com travas de titânio, que sustentam mais de 150 quilos de pressão. Hoje, no Brasil, trata-se do equipamento que apresenta maior segurança e robustez para essa finalidade. Ao tentar puxar ou cortar, os sensores internos enviam imediatamente sinais de alarme à central de monitoramento. O carregador portátil garante carregamento da bateria em 90 minutos, que dura 24 horas. O sistema emite um alerta em caso de baixa porcentagem de carga.


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