Primo desmente depoimento que incrimina ele e Bruno

Primo desmente depoimento que incrimina ele e Bruno

Adolescente de 17 anos negou envolvimento em sequestro e disse desconhecer policial suspeito de homicídio

AE

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Um adolescente de 17 anos, primo do goleiro Bruno Fernandes de Souza, negou nesta sexta-feira todos os depoimentos que já prestou relativos ao desaparecimento da ex-amante do jogador Eliza Samudio, de 25 anos. Em audiência no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, ele negou todos os depoimentos já prestados às polícias, ministérios públicos e judiciários de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, nos quais confessou sua participação e a de Bruno nos crimes, e disse que foi coagido pela polícia a dar a versão inicial.

O garoto já foi condenado à internação por período indeterminado por envolvimento no sequestro, cárcere privado e assassinato da jovem. Hoje, porém, negou que tenha dado coronhadas em Eliza, que Bruno estivesse no sítio onde ela teria sido mantida em cárcere privado - em um dos depoimentos ele chegou a dizer que o goleiro teria assistido ao assassinato da vítima - e afirmou que nem conhece o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.

Ele negou até mesmo que tenha havido assassinato, que havia relatado em detalhes. Nos depoimentos anteriores, o adolescente também afirmou que Bola matou Eliza e teria dado os restos mortais da vítima para cachorros comerem. Ela está desaparecida desde o início de junho e seu corpo nunca foi encontrado, mas a polícia já a considera morta.

O adolescente disse hoje que, na verdade, teria conhecido outro Bola, que também cria cães, e pediu perdão ao ex-policial, suspeito de envolvimento em outros homicídios. Quando o caso foi investigado, ele confessou o crime e depois também tentou negar o que havia contado. Mas segundo a Polícia Civil mineira, o rapaz descreveu sem erros o caminho para a casa de Bola e deu detalhes da residência e de marcas físicas do ex-policial.

Ele ainda teve uma indisposição e o depoimento teve que ser suspenso para que ele recebesse atendimento médico, mas foi retomado em seguida. O goleiro e outros oito acusados também participaram. Foi o terceiro dia de audiências sobre o caso e, além do adolescente de 17 anos, estavam previstos os depoimentos de policiais que participaram do caso e ex-caseiros de Bruno.

Barrado

No início da tarde, a seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) divulgou nota informando que o secretário-geral da entidade, Sérgio Murilo Diniz Braga, foi barrado no Fórum de Contagem. A presença de um representante da ordem, segundo o comunicado, foi solicitada por Bruno e seus familiares. Ele teria ido ao local para apurar denúncia de que o goleiro e sua família estariam sendo coagidos e ameaçados pelo advogado Ércio Quaresma, que nega as acusações.

"É por conta de um desses juízes, felizmente exceções, que a imagem da magistratura por vezes fica abalada e a credibilidade do Judiciário é colocada em xeque", afirmou o presidente da OAB-MG, Luís Cláudio Chaves, referindo-se à juíza Marixa Fabiane Lopes, que presidiu os procedimentos.

O Tribunal de Justiça (TJ) informou que o nome de Braga não estava nos autos e ele não foi identificado ao chegar, mas, depois, teve a entrada liberada.


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