Primo desmente depoimento que incrimina ele e Bruno
Adolescente de 17 anos negou envolvimento em sequestro e disse desconhecer policial suspeito de homicídio
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O garoto já foi condenado à internação por período indeterminado por envolvimento no sequestro, cárcere privado e assassinato da jovem. Hoje, porém, negou que tenha dado coronhadas em Eliza, que Bruno estivesse no sítio onde ela teria sido mantida em cárcere privado - em um dos depoimentos ele chegou a dizer que o goleiro teria assistido ao assassinato da vítima - e afirmou que nem conhece o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.
Ele negou até mesmo que tenha havido assassinato, que havia relatado em detalhes. Nos depoimentos anteriores, o adolescente também afirmou que Bola matou Eliza e teria dado os restos mortais da vítima para cachorros comerem. Ela está desaparecida desde o início de junho e seu corpo nunca foi encontrado, mas a polícia já a considera morta.
O adolescente disse hoje que, na verdade, teria conhecido outro Bola, que também cria cães, e pediu perdão ao ex-policial, suspeito de envolvimento em outros homicídios. Quando o caso foi investigado, ele confessou o crime e depois também tentou negar o que havia contado. Mas segundo a Polícia Civil mineira, o rapaz descreveu sem erros o caminho para a casa de Bola e deu detalhes da residência e de marcas físicas do ex-policial.
Ele ainda teve uma indisposição e o depoimento teve que ser suspenso para que ele recebesse atendimento médico, mas foi retomado em seguida. O goleiro e outros oito acusados também participaram. Foi o terceiro dia de audiências sobre o caso e, além do adolescente de 17 anos, estavam previstos os depoimentos de policiais que participaram do caso e ex-caseiros de Bruno.
Barrado
No início da tarde, a seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) divulgou nota informando que o secretário-geral da entidade, Sérgio Murilo Diniz Braga, foi barrado no Fórum de Contagem. A presença de um representante da ordem, segundo o comunicado, foi solicitada por Bruno e seus familiares. Ele teria ido ao local para apurar denúncia de que o goleiro e sua família estariam sendo coagidos e ameaçados pelo advogado Ércio Quaresma, que nega as acusações.
"É por conta de um desses juízes, felizmente exceções, que a imagem da magistratura por vezes fica abalada e a credibilidade do Judiciário é colocada em xeque", afirmou o presidente da OAB-MG, Luís Cláudio Chaves, referindo-se à juíza Marixa Fabiane Lopes, que presidiu os procedimentos.
O Tribunal de Justiça (TJ) informou que o nome de Braga não estava nos autos e ele não foi identificado ao chegar, mas, depois, teve a entrada liberada.