Quadrilha fazia clonagem perfeita e atraía todos os ladrões de carro, diz Polícia Civil

Quadrilha fazia clonagem perfeita e atraía todos os ladrões de carro, diz Polícia Civil

Alvos de operação, criminosos eram violentos e agiam em duplas, com preferência na zona Norte e bairros nobres de Porto Alegre

Correio do Povo

As chapas base originais para as placas Mercosul vinham de São Paulo

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Alvo de uma operação da Polícia Civil na manhã desta quinta-feira, a quadrilha especializada em adulteração e clonagem de veículos, além de falsificação de documentos, atraía mais de 90% dos ladrões de carros devido sobretudo à qualidade do material forjado. “Eles têm uma clonagem de muito boa qualidade, passando pela falsificação de documentos e de placas Mercosul, desviadas em São Paulo”, avaliou o titular da Delegacia de Roubo de Veículos (DRV), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Rafael Liedtke.

“Clonagem perfeita”, enfatizou. “As placas falsificadas utilizavam as chapas bases originais, provavelmente desviadas por um despachante em São Paulo”, observou. O veículo roubado passava por uma adulteração integral, inclusive nos números de identificação. “Era muito bem feita. Esses carros acabavam passando desaparecidos”, afirmou.

Os veículos clonados eram vendidos para outros grupos criminosos que atuam em crimes patrimoniais ou até na prática de homicídios, mas também podiam ser comercializados em plataformas de venda online para vítimas de boa fé.

“Antes da clonagem, o simples carro roubado vale cerca de R$ 1 mil. Com essa clonagem bem feita e com o documento falso, esses veículos chegam a R$ 40 mil e a R$ 50 mil”, detalhou. Para os compradores de boa fé, “eles vendem pelo preço cheio” e geralmente “dão desconto de somente 10% para não despertar suspeita da vítima”.

“A quadrilha é bastante violenta. Eles têm preferência de agir em duplas no final do dia, ao cair da noite, com preferência na zona Norte e bairros nobres da Capital. Regra geral, eles escolhem os veículos com maior valor agregado, porque esses carros não são desmanchados, mas bem clonados”, explicou o delegado Rafael Liedtke.

O titular da DRV lembrou que a investigação começou no dia 7 de abril deste ano, quando uma fábrica clandestina de placas automotivas foi descoberta e fechada pelos agentes em Viamão. Duas prisões foram realizadas na ocasião. Ao longo do trabalho investigativo, “dezenas de ladrões de carro” foram capturados pelos policiais civis. O grupo criminoso possui vínculo com a facção criminosa nascida no bairro Bom Jesus, na Capital.

Com apoio da Corregedoria-Geral do DetranRS, a operação foi deflagrada ao amanhecer desta quinta-feira em Porto Alegre, Alvorada, Viamão, Gravataí, Parobé e São Francisco de Paula, além da cidade de São Paulo. Houve o cumprimento de 14 mandados judiciais de busca e apreensão Entre o material recolhido estão cerca de R$ 15,8 mil em dinheiro, telefones celulares, documentos veiculares, placas automotivas e equipamentos.

Estão sendo apurados os crimes de associação criminosa, falsificação de documentos públicos, adulteração de sinais identificadores e receptação de carros roubados. O delegado Rafael Liedtke adiantou que a investigação terá prosseguimento. 

Foto: PC / Divulgação / CP


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