“Só entramos na casa de jogos quando foram constatadas as apostas”, diz MP

“Só entramos na casa de jogos quando foram constatadas as apostas”, diz MP

Operação na Winfil apreendeu grande quantidade de dinheiro em máquinas caça-níqueis

Correio do Povo

Jogos de azar são proibidos no Brasil desde 1941

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Contrário à casa de jogos antes mesmo da inauguração da Winfil em Porto Alegre, o Ministério Público do Rio Grande do Sul defende que a operação de buscas e apreensão no local só foi realizada após a casa liberar apostas em dinheiro.  “O Ministério Público e a Polícia Civil só entraram na casa de jogos quando foi constatada a cobrança de aposta, o que é considerada uma contravenção penal”, explicou o coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal do MP do Rio Grande do Sul, Luciano Vaccaro. As apostas em dinheiro são ilegais no País desde 1941.

A ação recolheu grande quantidade de dinheiro na casa de jogos, além de parte de máquinas caça-níqueis. No local, foi encontrado ainda uma arma com o registro raspado.

Na última sexta-feira, uma ação assinada pela magistrada Marcia Kern, do Juizado Especial Criminal do Foro Regional da Tristeza, permitiu o mandado de busca no local, inclusive de apreensão de maquinários que servissem para atividade ilícita, como jogo do bicho. A juíza da 3ª Vara da Fazenda Pública, Viviane de Faria Miranda havia expedido um mandado de segurança preventivo proibindo a apreensão do maquinário.

O advogado da Winfil, Laerte Luís Gschwenter, atacou a operação: "É o episódio mais vergonhoso da história do Rio Grande do Sul", comentou. "O delegado, com aval do MP, rasga o poder judiciário do Estado. Decisões de dois anos que estão se formando nas nossas cortes, que dizem que contravenção penal não é mais crime", argumentou. "Queimam o dinheiro do povo, pois gastam conscientes de que tudo aqui será arquivado", acrescentou Gschwenter.

O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não se pronunciou de forma oficial sobre o assunto. Como havia muita demanda sobre a ilegalidade ou não das casas de jogos em todo o País, o STF reconheceu um pedido do MP do Rio Grande do Sul como repercussão geral. Assim o Supremo julgará o assunto e a decisão valerá para todo o País, contudo não há prazo para isso ocorrer. “Enquanto o Supremo não decide, o jogo continua sendo ilegal”, sustentou Vaccaro.

O MP considera jogos de azar todo aquele que a pessoa não depende apenas da sorte para vencer. “As máquinas têm mecanismo que estatisticamente o jogador mais perde do que ganha. Isso é jogo de azar.”, defendeu.


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