Segunda prisão de agressor monitorado por tornozeleira é realizada em Porto Alegre

Segunda prisão de agressor monitorado por tornozeleira é realizada em Porto Alegre

Indivíduo efeutou duas aproximações proibidas da ex-companheira e desobedeceu medida protetiva de urgência

Correio do Povo

Flagrante ocorreu no bairro Rubem Berta

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A Polícia Civil anunciou no final da manhã deste sábado a segunda prisão em flagrante de agressor monitorado por tornozeleira eletrônica, após descumprir medida protetiva de urgência. A detenção ocorreu nesta madrugada no bairro Rubem Berta, em Porto Alegre. O projeto Monitoramento do Agressor é coordenado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado.

A diretora da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher do Departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis, delegada Cristiane Pires Ramos, explicou que o indivíduo, de 33 anos, possui diversas ocorrências de violência doméstica. “A vítima possui medida protetiva de urgência desde o final de 2022. Em março de 2023, o agressor descumpriu as medidas protetivas por duas oportunidades, razão pela qual foi preso preventivamente pela Polícia Civil”, lembrou.

Nesta sexta-feira, ele foi solto após receber a tornozeleira eletrônica e passou a ser monitorado em tempo integral. No começo da noite, o suspeito ingressou na zona restrita indo até as proximidades da residência da vítima e foi acionado pela equipe de monitoramento, sendo orientado a se afastar. Ele obedeceu inicialmente a ordem.

No entanto, no início da madrugada deste sábado, ele rompeu novamente a zona de exclusão e se aproximou da residência da vítima. O efetivo da Brigada Militar foi acionado e efetuou a prisão.

“As recentes prisões têm demonstrado a eficiência do programa de monitoramento na medida em que as duas vítimas tiveram sua segurança garantida. Além de maior segurança às vítimas, espera-se que mais mulheres consigam romper o silêncio e buscar ajuda”, frisou a delegada Cristiane Pires Ramos.

Até o momento, sete homens já foram incluídos no programa de monitoramento nas cidades de Porto Alegre e Canoas. A primeira prisão do projeto Monitoramento do Agressor ocorreu nessa sexta-feira em Canoas. Policiais militares do 15º BPM detiveram em flagrante um agressor com tornozeleira que descumpriu o perímetro delimitado pela Justiça para não se aproximar da ex-companheira.

Alerta

Após a instalação da tornozeleira no agressor, a vítima recebe um telefone celular com um aplicativo interligado ao sistema de monitoramento dedicado exclusivamente a essa finalidade. Em caso de aproximação, o equipamento emite um alerta. Se o agressor não recuar e ultrapassar o raio de distanciamento determinado pela medida protetiva, o aplicativo mostrará um mapa em tempo real e alertará novamente a vítima e a central de monitoramento. Após esse segundo alerta, o efetivo da Brigada Militar mais próximo irá ao local. A zona de exclusão determinada pelo Judiciário será mantida em sigilo.

O aplicativo foi programado para não ser desinstalado, além de permitir o cadastro de familiares e pessoas de confiança com as quais a vítima possa estabelecer contato em caso de urgência. De forma gradual estão entrando em operação os 2 mil kits de equipamentos previstos. A iniciativa deve atingir os demais municípios gaúchos.

As tornozeleiras, adquiridas por meio de um contrato com a empresa suíça Geosatis, são feitas de polímero com travas de titânio, que sustentam mais de 150 quilos de pressão. Hoje, no Brasil, trata-se do equipamento que apresenta maior segurança e robustez para essa finalidade. Ao tentar puxar ou cortar, os sensores internos enviam imediatamente sinais de alarme à central de monitoramento. O carregador portátil garante carregamento da bateria em 90 minutos, que dura 24 horas. O sistema emite um alerta em caso de baixa porcentagem de carga.


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