Servidor da Fepam é indiciado por racismo e armazenamento de pornografia infantil

Servidor da Fepam é indiciado por racismo e armazenamento de pornografia infantil

Homem passou a ser investigado pela Polícia Civil após fazer gesto nazista durante um debate virtual promovido pelo órgão

Guilherme Sperafico
Objetos relacionados ao nazismo foram apreendidos na residência do investigado

Objetos relacionados ao nazismo foram apreendidos na residência do investigado

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A Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância (DPICOI) de Santa Maria remeteu, nesta semana, o inquérito que investigava um servidor estadual por apologia ao nazismo. O caso ocorreu em dezembro do ano passado, durante um debate virtual promovido pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), transmitido para servidores da instituição.

Conforme a delegada Débora Dias, responsável pela investigação da Polícia Civil, o homem teria realizado por três vezes, ao final da transmissão, um gesto de “OK”, associado ao movimento supremacista branco conhecido como "white power".

A denúncia foi feita à Fepam em Porto Alegre, mas como o investigado reside em Santa Maria, a apuração foi transferida para a cidade da Região Central do Estado. Durante a apuração, mandados de busca foram cumpridos e resultaram na apreensão de objetos com símbolos nazistas, como suásticas, além de celulares e um notebook.

O material passou por perícia no Instituto-Geral de Perícias (IGP), que identificou diversas imagens, principalmente memes com teor nazista, racista e referências ao Holocausto, além de pesquisas sobre gestos ligados ao nazismo.

Um dos laudos apontou, também, a presença de imagens com conteúdo relacionado à pornografia infantil em um dos celulares, além de acessos a sites suspeitos. O investigado, ao ser reinquirido, não se manifestou sobre esse material.

Diante das provas reunidas, o servidor foi indiciado pela Polícia Civil por racismo e por armazenamento de pornografia infantil. O inquérito também será encaminhado à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) para apuração de eventuais crimes adicionais relacionados à pedofilia.

Servidor está afastado

Procurada, a Fepam informou que o servidor foi afastado preventivamente em março, por meio de portaria publicada no Diário Oficial do Estado. No entanto, o afastamento foi suspenso após a apresentação de atestado médico de 120 dias.

A fundação também abriu um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que está em fase de instrução e deve ser concluído em até 60 dias. Segundo a Fepam, o PAD está coletando provas tanto da Polícia Civil quanto da comissão processante. A expectativa é de que haja novidades no caso ainda em maio.

A defesa do servidor foi questionada sobre o indiciamento, porém, até o fechamento desta matéria, ainda não havia se manifestado.


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