Servidor da Fepam é indiciado por racismo e armazenamento de pornografia infantil
Homem passou a ser investigado pela Polícia Civil após fazer gesto nazista durante um debate virtual promovido pelo órgão
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A Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância (DPICOI) de Santa Maria remeteu, nesta semana, o inquérito que investigava um servidor estadual por apologia ao nazismo. O caso ocorreu em dezembro do ano passado, durante um debate virtual promovido pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), transmitido para servidores da instituição.
Conforme a delegada Débora Dias, responsável pela investigação da Polícia Civil, o homem teria realizado por três vezes, ao final da transmissão, um gesto de “OK”, associado ao movimento supremacista branco conhecido como "white power".
A denúncia foi feita à Fepam em Porto Alegre, mas como o investigado reside em Santa Maria, a apuração foi transferida para a cidade da Região Central do Estado. Durante a apuração, mandados de busca foram cumpridos e resultaram na apreensão de objetos com símbolos nazistas, como suásticas, além de celulares e um notebook.
O material passou por perícia no Instituto-Geral de Perícias (IGP), que identificou diversas imagens, principalmente memes com teor nazista, racista e referências ao Holocausto, além de pesquisas sobre gestos ligados ao nazismo.
Um dos laudos apontou, também, a presença de imagens com conteúdo relacionado à pornografia infantil em um dos celulares, além de acessos a sites suspeitos. O investigado, ao ser reinquirido, não se manifestou sobre esse material.
Diante das provas reunidas, o servidor foi indiciado pela Polícia Civil por racismo e por armazenamento de pornografia infantil. O inquérito também será encaminhado à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) para apuração de eventuais crimes adicionais relacionados à pedofilia.
Servidor está afastado
Procurada, a Fepam informou que o servidor foi afastado preventivamente em março, por meio de portaria publicada no Diário Oficial do Estado. No entanto, o afastamento foi suspenso após a apresentação de atestado médico de 120 dias.
A fundação também abriu um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que está em fase de instrução e deve ser concluído em até 60 dias. Segundo a Fepam, o PAD está coletando provas tanto da Polícia Civil quanto da comissão processante. A expectativa é de que haja novidades no caso ainda em maio.
A defesa do servidor foi questionada sobre o indiciamento, porém, até o fechamento desta matéria, ainda não havia se manifestado.