Sete réus acusados de matar mulher vão a julgamento em Santiago

Sete réus acusados de matar mulher vão a julgamento em Santiago

Segundo denúncia do MPRS, grupo saiu de Porto Alegre para matar as vítimas

Correio do Povo

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Dois anos e quatro meses após o assassinato de Daniela de Freitas Falcão e da tentativa de assassinato de seu companheiro, Douglas Garcia Monteiro, em Santiago, na região Central, sete réus denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) começarão a ser julgados nesta quarta-feira. Conforme a denúncia do MPRS, o crime foi motivado por disputa do tráfico de drogas na cidade e evidencia a expansão para o Interior das facções que atuam em Porto Alegre e na Região Metropolitana. 

O júri está marcado para começar às 8h30 no Fórum da Comarca de Santiago e deve se estender por até dois dias, estimam os promotores de Justiça que atuarão em plenário, Francisco Saldanha Lauenstein e Silvia Inês Miron Jappe. Serão ouvidas 11 testemunhas (cinco do MPRS e seis da defesa) antes do interrogatório dos réus. Após, se iniciarão os debates. MPRS e defesa terão 2 horas e 30 minutos cada para se manifestarem. Se tiver réplica e tréplica, o tempo será de 2 horas cada. 

Os réus Marcos André da Fonseca Teles, Rafael Guimarães Garcia, Igor Thomaz Amaral Corrêa, João Vitor Pereira dos Santos, Matias Moreira da Cruz e Paulo Roberto Peixoto de Lima respondem por cinco crimes: homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima); tentativa de homicídio qualificado (motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima); posse de arma de fogo com numeração suprimida; posse de arma de fogo e munições de uso permitido; e associação criminosa. 

O sétimo réu, Igor Guedes Freitas, é acusado de associação criminosa, por ter se associado ao grupo. Todos estão presos. O crime ocorreu em 30 de abril de 2021, na rua Carlito Mazoni, bairro Jardim dos Eucaliptos, em Santiago. Daniela foi morta a tiros e Douglas baleado no tórax, axila e ombro. De acordo com denúncia do MPRS, obedecendo ordens enviadas por Marcos André de dentro da Cadeia Pública de Porto Alegre, os réus Igor Thomaz, João Vitor, Paulo Roberto e Rafael se deslocaram da Capital para Santiago com o único intuito de matar as vítimas. 

Naquela noite, o grupo se encontrou com Matias e recebeu dele as armas utilizadas no ataque. Em seguida, os quatro foram até a residência do casal em uma Spin branca e abriram fogo. Depois, Matias, a mando de Marcos André, ocultou o revólver utilizado no crime, cuja numeração estava suprimida. Os promotores de Justiça alertam que esse crime é mais uma amostra da expansão para o Interior das facções que atuam em Porto Alegre e na Região Metropolitana. 

“O mandante estava preso em Porto Alegre e de lá ordenou as execuções em razão de disputa de território, buscando o domínio do tráfico de drogas naquele bairro”, afirmou a promotora Silvia. “É um tipo de júri que não é comum em Santiago, por envolver facções e execução por conta do tráfico de drogas. Até por isso esse crime chamou tanto a atenção da comunidade, pois é um fato com o qual a comunidade de Santiago não está acostumada”, complementou o promotor Lauenstein.

Segundo o MPRS, por esse motivo, o homicídio consumado e o tentado foram qualificados por motivo torpe. O recurso que dificultou a defesa se caracteriza pelo fato de os denunciados, em superioridade numérica e com armas em punho, terem invadido a residência de surpresa e disparado contra os alvos.

 


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