Susepe pede maior prazo para resolver permanência de presos no pátio do Presídio Central

Susepe pede maior prazo para resolver permanência de presos no pátio do Presídio Central

Órgão quer 60 dias para solucionar o problema

Correio do Povo

Grupo se revoltou e decidiu acampar no pátio do Central

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O diretor do Departamento de Segurança e Execução Penal da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), Angelo Carneiro, defendeu na manhã desta quarta-feira um prazo maior para resolver o problema da permanência de quase 100 detentos em um dos pátios da Cadeia Pública, antigo Presídio Central de Porto Alegre.

Segundo ele, o processo de remanejo para outros estabelecimentos prisionais desses detentos, acampados no local desde o final de outubro deste ano, é demorado. “É vagoroso o processo de encontrar detentos que queiram ir para o Central para abrir vagas em outras casas prisionais. Estamos fazendo uma lista de presos para fazer uma permuta”, explicou.

A intenção da Susepe, apresentada na segunda-feira à Justiça, é de dispor de um prazo de 60 dias. Angelo Carneiro ressaltou ainda que a recente suspensão da interdição na Penitenciária de Canoas 2 (Pecan 2), determinada pelo Tribunal de Justiça do Estado, pode contribuir para o remanejo desses apenados. Conforme ele, a abertura de vagas em outros presídios ocorre com a transferência de apenados para a Pecan 2. No entanto, o diretor do Departamento de Segurança e Execução Penal da Susepe lembrou que o Complexo Penitenciário de Canoas não admite ingresso de integrantes de facções criminosas.

Angelo Carneiro disse que existem vagas em outros estabelecimentos penais, mas os detentos acampados querem permanecer unidos visando assegurar a força da facção. “Não é salutar dar um espaço para esse grupo de detentos. Eles não querem ser removidos de modo compartimentado, mas todos juntos”, observou. “Chegamos a conclusão que não vamos ceder à pressão”, assegurou. “Não podemos satisfazer um grupo de detentos”, acrescentou, justificando questões de segurança pública. “No passado foi feito parecido e não deu certo”, recordou, referindo-se ao poder das facções criminosas nascido dentro do sistema carcerário.

Os detentos acampados fazem parte do grupo então comandado pelo traficante Colete, executado em agosto passado na vila Maria da Conceição, na Capital, provavelmente em uma disputa interna. Em decorrência da primeira ocupação do pátio, verificada em setembro, alguns foram remanejados a outros presídios, mas a maioria permaneceu no Central, sendo acolhida em um pavilhão onde acabou também entrando em conflito com outros presos.

Em entrevista na terça-feira à Rádio Guaíba, a juíza da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre, Sonáli da Cruz Zluhan, manifestou a intenção inicial de não esperar o prazo mínimo de 60 dias, solicitado pela Susepe, para realocar o grupo de presos. “Além deles ficarem no pátio, que não é local para cumprir pena, ainda estão causando transtorno, porque é o pátio de outros presos. Até agora, a Susepe ainda não informou nada, nem para onde os presos serão transferidos”, declarou à reportagem. A Susepe aguarda a posição oficial da Justiça sobre o pedido do prazo.

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