Suspeitos pela morte de médica viram réus na Justiça

Suspeitos pela morte de médica viram réus na Justiça

Quatro homens respondem por crimes de latrocínio e fraude processual

Jessica Hübler

Médica morreu durante assalto na zona Norte de Porto Alegre

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A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público, nesta terça-feira, contra os quatro homens apontados como responsáveis pela morte da médica Graziela Muller Lerias, de 32 anos. Com o recebimento do judiciário, os suspeitos passam a ser réus no processo. O crime ocorreu em agostono bairro São João, na zona Norte de Porto Alegre. Os quatro homens foram indiciados pela Promotoria de Justiça Criminal Regional do 4º Distrito pelos crimes de latrocínio, fraude processual e estão presos preventivamente.

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O crime

De acordo com o MP, o crime ocorreu quando os denunciados retornavam do interior do Estado em um caminhão depois de encerrarem a venda de hortifrutigranjeiros. Na avenida Sertório, os quatro desembarcaram do veículo decididos a cometer um assalto.

Graziela estava ao volante, parada diante do semáforo fechado na esquina com a avenida Ceará. A irmã, Priscila, estava no banco traseiro com os cães da família. Um dos homens tomou a dianteira e se aproximou do carro das vítimas, seguido por outros dois, que davam cobertura. O homem bateu no vidro com a coronha da arma e tentou abrir a porta, que estava travada, e os três gritaram: “sai do carro, sai do carro”.

Em seguida, o homem desferiu um disparo na abertura da porta, o que deu acesso à vítima Graziela e sua irmã, Priscila, arrancando-as do interior do veículo. Ele atirou mais duas vezes contra Graziela na região abdominal. Graziela, depois, foi jogada pelos denunciados para o meio da pista, enquanto que Priscila foi empurrada para junto do meio-fio. Graziela só não foi atropelada pelo fluxo de veículos intenso da avenida, quando o sinal do semáforo abriu ao trânsito, porque a motorista do carro de trás atravessou o próprio veículo na via para proteger a vítima até a chegada do Samu.

A fuga

Conforme o MP, com o veículo, o celular e os documentos da vítima, os três tomaram o rumo do bairro Restinga, seguidos pelo quarto homem que estava no caminhão como “batedor” do carro roubado. Os quatro reuniram-se em um galpão na Vila Côco, na Restinga, em que ficam os caminhões do homem para o qual fazem as compras de hortifrutigranjeiros na Ceasa e a venda em cidades do interior. Naquela noite, entre 22h e 23h, três homens esconderam o carro roubado da vítima na garagem do terreno da casa de uma ex-namorada de um deles, onde ficaram tomando cerveja até irem embora numa Kombi.

Fraude processual

Segundo o MP, via rastreador do iPhone da vítima, a família apurou a localização do celular e, possivelmente, do carro. No dia seguinte, no galpão onde ficam os caminhões, os quatro denunciados confraternizavam em um churrasco quando policiais civis estiveram no local e os levaram até a delegacia para averiguações, liberando-os em seguida.

Temerosos, conforme o MP, os três homens retiraram o Citroen roubado da garagem e o levaram para um lugar "ermo" no Beco do Chapéu, onde o carro foi encharcado de gasolina e queimado. Um dos homens acabou ferido por queimaduras, o que suscitou, inclusive, atendimento médico. O incêndio é considerado fraude processual, já que altera provas do processo.


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