Testemunha de acusação do caso Bernardo é chamada pela 2ª vez para depor

Testemunha de acusação do caso Bernardo é chamada pela 2ª vez para depor

Sérgio Glauco de Moura chegou a alegar não ter condições porque trabalhou para o pai do menino

Rádio Guaíba

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Por Eduardo Paganella

 A Justiça de Três Passos expediu carta precatória à Comarca de Santo Ângelo inquirindo novamente uma testemunha de acusação que não quis prestar depoimento sobre a morte do menino Bernardo Boldrini, ocorrida em 4 de abril, no Norte gaúcho. O advogado Sérgio Glauco da Silva Rolim de Moura, que chegou a ser chamado para oitiva em setembro, alegou na ocasião que não tinha condições de falar sobre o caso pelo fato de ter sido advogado do pai de Bernardo, Leandro Boldrini, em uma ação cível no município de Três Passos.

A alegação, porém, não convenceu o juiz Marcos Agostini, que entendeu não haver relação entre os fatos. Ainda não há data para a oitiva. Na decisão, Agostini deixa claro que, se não comparecer a depor, o advogado pode ser conduzido. Das 25 testemunhas de acusação, apenas Moura e a avó de Bernardo Boldrini, Jussara Uglione, ainda não prestaram depoimento. Na sequência do processo judicial, devem ser ouvidas 52 testemunhas de defesa.

Agostini também acatou um pedido da defesa da madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, para que a Administração da Penitenciária de Guaíba não divulgue informações sobre visitas recebidas pela ré. O juiz, porém, negou um pedido para que a rede social Facebook retire os dados e a fotografia de uma pessoa que realizou visita a Graciele na prisão. Quanto a um novo pedido da defesa da madrasta para que ela seja transferida de Guaíba para Ijuí ou Santo Ângelo, Agostini pediu à Susepe que examine a existência de vaga e a garantia de segurança para a remoção.

Já em Porto Alegre, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negou mais uma liminar em Habeas Corpus para um dos réus do processo. O colegiado entendeu que não há fato novo para que Evandro Wirganovicz deixe a cadeia. O advogado dele, Hélio Sauer, ponderou excesso de prazo na prisão preventiva, que foi decretada em maio.

Relembre o caso

Bernardo, de 11 anos, desapareceu em 4 de abril, em Três Passos, e teve o corpo encontrado na noite do dia 14, em Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico e enterrado às margens de um rio. Edelvânia Wirganovicz, amiga da madrasta, admitiu o crime e apontou o local onde a criança foi enterrada.

O pai do menino, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica (apenas Leandro).

A Polícia sustenta a tese de que Graciele e Edelvânia executaram o homicídio usando doses do medicamento Midazolan – a madrasta porque entendia que o menino era um “estorvo” para o relacionamento entre ela e Leandro Boldrini, e Edelvânia em troca de dinheiro, para comprar um apartamento. Ainda segundo o inquérito, Boldrini também teve participação na morte fornecendo o medicamento controlado em uma receita assinada por ele, na cor azul. Já Evandro se tornou o quarto réu do caso, pela suspeita de ter ajudado a fazer a cova onde o corpo do menino foi enterrado.

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