Testemunha relata descaso e indiferença de Leandro Boldrini com Bernardo

Testemunha relata descaso e indiferença de Leandro Boldrini com Bernardo

Delegada Cristiane de Moura foi a primeira depor durante o segundo dia de julgamento do Caso Bernardo

Christian Bueller

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O segundo dia de julgamento do Caso Bernardo, envolvendo o pai do menino, Leandro Boldrini, começou sem o próprio réu. O médico que está mais uma vez no banco dos réus passou mal por duas vezes e não esteve na sala de depoimentos, ao lado de seus advogados. A testemunha chamada pela manhã foi a delegada regional de Três Passos, Cristiane de Moura e Silva Braucks. Em seu testemunho, ela revelou um pouco mais da relação de Leandro com o filho, vítima do descaso e da indiferença da família. 

Inicialmente, logo depois do início das investigações pelo até então desaparecimento de Bernardo, Cristiane comentou que o menino não tinha sequer roupas adequadas. "Não andava na rua se vestindo adequadamente. Ele se sentia abandonado, implorava por carinho", contou. 

Segundo a delegada Cristiane, conforme as apurações iam avançando, as versões dos suspeitos mudavam. "Eram várias as contradições", complementou. O ponto chave para a Polícia Civil foi dado por Edelvânia Virganovicz, que se sentia sufocada com que havia acontecido e revelou que Bernardo estava morto. "Em novo depoimento de Edelvania, a assistente social fez a revelação: 'O Bernardo está vivo?', perguntei. Ela disse 'não'. Ela se sentia sufocada com tudo aquilo. E então nos levou onde ele havia sido enterrado", explicou. 

O ultimato

A delegada Cristiane recordou um período em que Bernardo ainda estava vivo e comentou uma audiência na Justiça em que foi determinado que Leandro Boldrini teria 90 dias para restabelecer o vínculo com o filho. Isto teria deixado a madrasta Graciele insatisfeita. "Graciele ficou irritada", lembrou a delegada. Já, o menino ficou feliz porque poderia brincar com a irmã: "Ele a amava", disse Cristiane. 

A partir disso, Graciele então teria abordado Leandro com um ultimato. "Graciele 'colocou Boldrini na parede', no sentido de 'ou ele (Bernardo) ou eu'. E o Leandro escolheu a ela", revelou a policial. 

 


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