Vídeo mostra operação do MP que desarticulou tráfico dentro de presídio

Vídeo mostra operação do MP que desarticulou tráfico dentro de presídio

Promotor afirma que presos administravam células criminosas como se estivessem em escritórios

Correio do Povo

Ações de prisão e busca e apreensão ocorreram nos municípios de Campo Bom, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e na Pasc

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Foram divulgados vídeos da operação no Ministério Púlico que prendeu cinco pessoas na manhã desta segunda-feira durante a operação Kommunication. Outras cinco pessoas já estavam presas e vão responder por mais um crime. No total, foram dez identificados como membros de grupos que ordenavam execuções de desafetos para conquistar territórios para o tráfico e a distribuição de drogas em regime de atacado. Foram empreendidos cadernos com a contabilidade do tráfico, dinheiro, drogas, balanças e celulares.

As ações de prisão e busca e apreensão ocorreram nos municípios de Campo Bom, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). A Promotoria Especializada Criminal de Porto Alegre trabalhou com o apoio da Brigada Militar e do Grupo de Ações Especiais da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe).

Segundo coordenador da ação, o promotor de Justiça Ricardo Herbstrith, “os presos administram suas células criminosas como se estivessem em escritórios”. Os presos teriam acesso a aparelhos celulares modernos e usavam o aplicativo WhatsApp como principal canal de comunicação. “São telefones grandes, de ótima qualidade, com acesso a internet, trocam email, fazem cotações”, disse em entrevista para a rádio Guaíba na manhã de hoje.

De acordo com ele, o processo para se ter acesso aos detentos nas penitenciarias do Rio Grande do Sul é cheio de etapas e conta com detectores de metal. “Mas a gente tem aqui nos áudios que diz: ´hoje vão chegar 25 aparelhos´. Nós não temos provas de como esses aparelhos entram nos presídios, mas se suspeita”, completou.

Os investigados pertencem à facção “Manos” e atuam no tráfico de drogas, segundo o MP. O promotor afirma que não acredita que haja lugares onde os celulares não funcionam, mas que a Susepe afirma que consegue reduzir o acesso na Pasc. “Isso é só até a próxima geração de celulares, porque daí muda tudo e eles voltam a ter sinal”, afirmou.

As investigações tiveram início em junho de 2014, após a realização da operação Praefectur, que investigou detentos da Pasc, Penitenciária Modulada de Charqueadas e Presídio Central de Porto Alegre (PCPA). Segundo o MP, eles comandavam células criminosas nos municípios de Campo Bom, São Leopoldo, Guaíba, Igrejinha e Porto Alegre por meio de smartphones. Desde o início das investigações, ao menos 30 pessoas foram presas e houve apreensão de 31 quilos de crack, 32 quilos de maconha, cinco quilos de cocaína, três veículos clonados, um fuzil, dez pistolas, duas espingardas, uma submetralhadora e três coletes a prova de balas.

Confira o vídeo:




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