Vereador de Guaíba é suspeito de atuar como médico pediatra de forma ilegal

Vereador de Guaíba é suspeito de atuar como médico pediatra de forma ilegal

Parlamentar não teria especialização na área, de acordo com o Cremers

Fernanda Bassôa

Pronto atendimento onde vereador realizava consultas

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O médico e presidente da Câmara de Vereadores da cidade de Guaíba, na Região Metropolitana é alvo de sindicância aberta pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) - processo que vai apurar a atuação indevida na área de pediatria, as proporções e os possíveis danos à comunidade. “Ele se intitula ser o que não é. Os documentos apresentados não são suficientes e nem válidos para a pediatria. Durante a sindicância ele será chamado para prestar esclarecimentos e convidado a fornecer nova documentação. No entanto, a que existe não lhe dá condições para isso. Portanto, na visão do Conselho, essa é uma atuação irregular”, disse o presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), Fernando Matos.

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Matos ainda explica que há duas formas de atuar na especialização pediátrica. “Ou fazendo residência médica em algum hospital credenciado pelo MEC (Ministério da Educação) ou o exame que é aceito pela Associação Médica Brasileira. Fora isso, nada lhe dá o título de especialista.”

O vereador, que assumiu as atividades legislativas em janeiro de 2017 e é formado em medicina desde 2012, informou que tem especialização, cursada entre 2013 e 2015, com certificado emitido pela Faculdade Centro-Sul do Paraná (Facspar). “Minhas aulas aconteciam de sexta a domingo, no Rio de Janeiro. Essas aulas presenciais ocorriam de 40 em 40 dias. Se essa faculdade é uma fraude e é alvo de ação judicial, eu sou mais uma vítima e não estou enganando ninguém”, esclarece o vereador. O certificado de especialização atualmente está apreendido.

O vereador ainda é suspeito de movimentar grandes quantias em contratos indevidos firmados para prestação de serviços médicos terceirizados à junto à Prefeitura de Guaíba. Quanto à essa denúncia, ele diz ser infundada. “Todas as notas emitidas foram pelo pagamento de serviços prestados pela empresa. Eu recebi apenas o correspondente a horas que trabalhei e não o valor montante da nota. Além disso, esse contrato nunca foi feito às escondidas. Não vejo nenhuma irregularidade nisso.”

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