Com o retorno ao PT vetado pelas executivas municipal e estadual, o vereador Marcelo Sgarbossa (sem partido) corre o risco de perder a sua cadeira na Câmara de Porto Alegre. Isso porque tramita em fase final na Justiça Eleitoral, desde março, uma ação da antiga sigla de Sgarbossa para retomar a vaga no Legislativo, com a acusação de infidelidade partidária.
Na eleição de 2020, o atual vereador ficou como segundo suplente do PT. Em 2022, trocou para o PV, argumentando que a transferência ajudaria nos movimentos de apoio ao então candidato ao governo estadual, Edegar Pretto (PT). “Minha ida para o PV foi um entendimento”, afirma, comentando que não saiu rompido da legenda e que o seu ato “está longe de infidelidade”. Com a eleição dos petistas Leonel Radde e Laura Sito para a Assembleia, ele assumiu como vereador, mas teve o seu retorno ao PT impugnado por Adeli Sell e Everton Gimenis, próximos suplentes da sigla.
Maria Celeste, presidente municipal do PT em Porto Alegre, rechaça o argumento do vereador sobre a saída do partido em prol do apoio ao candidato Pretto. “Jamais vamos dizer para um filiado sair e manipular outro partido”, disse. Ainda, a ex-presidente da Câmara alegou que a volta de Sgarbossa foi uma “oportunidade para ele garantir a cadeira de vereador”.
Uma das testemunhas na defesa de Marcelo foi o ex-governador do Estado, Olívio Dutra, que escreveu uma carta em apoio ao antigo parceiro de partido. “É, no mínimo, lamentável a decisão da maioria da direção municipal (do PT) de não aceitar a refiliação do Marcelo Sgarbossa”, redigiu Olívio, complementando que o companheiro “se desligara do PT em condições especialíssimas para ajudar a consolidação da Frente Brasil da Esperança”.
Caso seja definida a perda do mandato de Sgarbossa, que garante ainda “lutar para voltar ao PT”, a cadeira será assumida por Adeli Sell, ex-vereador da Capital.
*Sob supervisão de Mauren Xavier
Rafael Renkovski*